Governo recomenda ‘medidas preventivas’ para garantir suprimento de energia durante seca histórica

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou a adoção de “medidas preventivas” para garantir o suprimento de energia elétrica durante a maior seca da história recente do Brasil. A medida foi aprovada em reunião do comitê, nesta terça-feira (3), segundo apurou o g1 junto a interlocutores que participaram da reunião.
O CMSE é um órgão de acompanhamento do sistema elétrico, presidido pelo Ministério de Minas e Energia, com representantes dos seguintes órgãos:
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);
Agência Nacional do Petróleo (ANP);
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE);
Empresa de Pesquisa Energética (EPE); e
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
As medidas aprovadas nesta terça-feira (3), conforme apurou o g1, incluem:
Despacho de usinas termelétricas
O CMSE decidiu autorizar o despacho das usinas termelétricas Santa Cruz (RJ) e Linhares (ES), em novembro, mesmo que fora da “ordem de mérito” –acima do custo variável da energia. Isso quer dizer que o ONS pode acionar as usinas mesmo que elas custem mais que o preço médio da energia;
Essas usinas já estão sendo acionadas, mas dentro da “ordem de mérito”. A autorização do CMSE apenas permite que as usinas continuem sendo despachadas durante toda a semana, mesmo que o preço médio da energia caia –o que as colocaria fora da “ordem de mérito”.
Na prática, o governo autoriza a continuidade do despacho ainda que as usinas estejam gerando uma energia mais cara em determinados momentos.
O comitê também permite acionar as usinas Santa Cruz (RJ), Linhares (ES) e Porto de Sergipe (SE) de forma flexível para atender aos períodos com mais consumo de energia, geralmente no início da noite.
O despacho flexível significa que a usina pode gerar energia somente quando o ONS indicar, para atender a momentos com mais demanda.
Mais vazão em Belo Monte
O governo também autoriza o CMSE a aumentar a vazão da usina hidrelétrica de Belo Monte (PA), no rio Amazonas. Dessa forma, a usina vai operar com um nível mais baixo de reservatório para manter a usina funcionando mesmo com níveis mais baixos no rio.
A redução vai sair de 300 metros cúbicos por segundo para 100 metros cúbicos por segundo.
• flexibilização de desempenho e segurança
O CMSE também permite que o ONS utilize critérios de desempenho e segurança “menos restritivos”. Ou seja, pode haver uma flexibilização desses critérios para manter o suprimento de energia pelo sistema elétrico em setembro, outubro e novembro –meses mais críticos.

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