O artista plástico capixaba José Carlos Vilar inaugurou sua nova exposição, “Lições de Escultura”, no Palácio Anchieta. Com curadoria de Agnaldo Farias, a mostra reúne cerca de 70 esculturas em aço, explorando diferentes dimensões e formas, no Espaço Cultural Palácio Anchieta. Algumas peças são monumentais, ultrapassando a escala humana; outras, menores, trazem um impacto mais intimista, mas igualmente expressivo.
A exposição vai de 19 de março a 22 de junho e apresentará peças inéditas e do acervo do artista, feitas em técnicas variadas. A mostra é um projeto do Instituto Modus Vivendi, com gestão de Erika Kunkel, curadoria de Agnaldo Farias e patrocínio da ArcelorMittal, unidade Tubarão, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Espírito Santo (LICC).

Baseadas na poética da forma, suas esculturas foram produzidas a partir da vivência do artista com o cotidiano, da sua observação das coisas que o cercam, sempre com um olhar criativo, pensando na produção de suas peças. Entre os pontos de inspiração está a relação diária que ele tem com o mar, por conta de sua prática de muitos anos com canoa havaiana.
“A pesquisa de décadas no trabalho com o aço me deu conhecimento para dar a ele as formas que desejo. Consegui estabelecer um diálogo que flui perfeitamente: conheço seus limites, valorizo sua materialidade e preservo sua essência e originalidade. Ele me diz até onde posso chegar. Essa sintonia faz com que ele se transforme em uma folha de papel ou em um barbante”, explica.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, destaca que é uma honra para o Palácio Anchieta receber a obra e a inspiração do professor-artista José Carlos Vilar em sua nova mostra “Lições de Escultura”.
“Como um verdadeiro mestre, suas esculturas são testemunhos de uma dedicação imersiva à arte, convidando-nos a um mergulho profundo em reflexões sensíveis e imaginativas. Esta exposição é um tributo não apenas à técnica e à forma, mas também à capacidade de Vilar de transformar sua experiência de vida, seus desafios diários e sua conexão com o mundo ao seu redor em esculturas que emocionam e inspiram. Ao contemplarmos essas peças, somos convidados a refletir sobre os limites do material, a tensão entre a permanência e a fragilidade, e o poder transformador da arte”, afirma.
“Conheci Vilar na sala de aula, onde fui seu aluno na graduação em Artes Plásticas da Ufes. Tive o privilégio, assim como algumas gerações de artistas, de ter aulas especiais em seu ateliê. Ele foi mestre de muitos, ao longo dos seus 35 anos lecionando na disciplina de Escultura. Essa exposição é um justo tributo que o Estado faz a este artista tão importante para a arte contemporânea brasileira”, comenta o Secretário da Cultura do Espírito Santo, Fabrício Noronha.
Sobre o artista, o curador da exposição, Agnaldo Farias, diz: “José Carlos Vilar é um mestre da escultura brasileira. Sorte a nossa, especialmente dos habitantes de Vitória. Estamos em 2025, e a arte e a cultura de nosso país estão sob risco. Cumpre-nos fazer por merecer um artista dessa envergadura. Essa exposição é um justo tributo que Vitória faz a ele”.
Segundo Erika Kunkel, presidente do Instituto Modus Vivendi, sua organização tem, ao longo de sua trajetória, investido em projetos culturais e artísticos diversos. “Sabemos que a arte tem papel essencial na sociedade, na construção e preservação da identidade e história do seu povo. Ela transcende o tempo. Por isso, abraçamos projetos como este, do Vilar, uma referência na arte capixaba, considerado um dos mais importantes escultores do Brasil, e que há décadas nos encanta com suas obras irretocáveis. Nesta exposição vocês verão o trabalho de um artista pleno, maduro que nos traz peças que nos emocionam. Como poucos, ele transforma o pesado aço em formas diversas e emocionante”, explica.
Para Bernardo Enne, gerente geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal, apoiar a arte é uma forma de valorizar a criatividade e a inovação, pilares que movem a empresa. “O aço é um elemento de força, versatilidade e permanência, e, nas mãos de Vilar, se torna arte em sua forma mais pura. Além disso, é um material infinitamente reciclável, o que reforça seu papel na construção de um futuro mais sustentável. Sua habilidade em explorar esse material, respeitando sua essência e desafiando seus limites, reflete a própria trajetória da ArcelorMittal: inovação que impulsiona a transformação. ‘Lições de Escultura’ celebra o aço como expressão artística e, para nós, é inspirador ver esse material ganhar novas dimensões por meio do talento e sensibilidade desse artista tão talentoso, inspirador e com quem temos longa história de parcerias, que é o Vilar. Nos orgulhamos de ser patrocinadores desta exposição e um dos maiores investidores em cultura do Estado do Espírito Santo”, afirma.
Sobre Vilar
Autenticidade e vigor são alguns dos atributos que definem o escultor Vilar. Sua obra impressionante surge a partir de uma rotina de trabalho pautada na disciplina e na inspiração que encontra em tudo ao seu redor. “Gosto muito de criar. A escultura é parte essencial da minha vida. Todos os dias me levanto cedo, faço minha atividade física e, após o retorno, tomo meu café e começo a produzir. Tem sido assim há décadas”, conta o artista. Professor aposentado da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Vilar é uma referência na escultura capixaba. Durante 35 anos, lecionou a disciplina de Escultura no Centro de Artes da instituição, onde também atuou como vice-diretor e diretor. Suas obras, além de refletirem sua dedicação integral à arte, convidam a reflexões imaginativas.
Sobre Agnaldo Farias
Agnaldo Farias é professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e Curador Geral da 3a Bienal de Coimbra. Foi Curador Geral do Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, Curador Geral do Instituto Tomie Ohtake (2000/2012) e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1998/2000). Também atuou como Curador de Exposições Temporárias do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1990/1992). Em relação a Bienal de São Paulo, foi Curador Geral da 29a Bienal de São Paulo (2010), da Representação Brasileira da 25a Bienal de São Paulo (1992) e Curador Adjunto da 23a Bienal de São Paulo (1996). Foi Curador Internacional da 11a Bienal de Cuenca, Equador (2011) e do Pavilhão Brasileiro da 54a edição da Bienal de Veneza (2011). Recebeu o prêmio “Melhor retrospectiva” da Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA, 1994, pela Exposição Nelson Leirner, e o Prêmio Maria Eugênia Franco, da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA, pela melhor curadoria de 2011.
Serviço
Exposição “Lições de Escultura”
Período: de 19 de março a 22 de junho de 2025
Visitação: de terça a domingo, incluindo feriados.
Local: Espaço Cultural Palácio Anchieta
Endereço: Praça João Clímaco, s/n – Cidade Alta – Centro – Vitória
Entrada gratuita