Disfunção erétil e ejaculação precoce: entenda as causas e como tratar

Homens tendem a ser mais orgulhosos com o objetivo de se mostrarem sempre fortes. Mas um assunto que não é muito comentado na roda de amigos e, muitas vezes, nem mesmo com a parceira são aqueles problemas de saúde que dificultam a relação sexual. Mas você sabia que além de ser uma questão física, como indício de doenças, pode ter a ver com questões psicológicas. A ansiedade de desempenho está como uma das principais vilãs neste caso.

Essas manifestações podem ocorrer de diferentes formas. No caso do psicológico do homem, elas costumam se manifestar como: disfunção erétil, ejaculação precoce ou libido baixa. 

De acordo com o Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a disfunção erétil afeta cerca de 45% dos homens. Já a ejaculação precoce, que é o orgasmo que ocorre antes ou logo após a penetração, atinge cerca de 30% dos homens, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

O psicólogo sexual masculino Matheus Abreu Roelke esclarece que esses cenários podem aparecer em homens com qualquer idade, mas tendem a ser mais comuns a partir dos 40 anos, principalmente quando a causa é física.

“As causas físicas das disfunções sexuais masculinas podem ser doenças cardiovasculares, diabetes, problemas neurológicos, alterações hormonais, uso de álcool e tabaco, obesidade, dentre outras. Já as psicológicas estão relacionadas aos sentimentos de ansiedade, medo e vergonha”, destacou.

O psicólogo relata ainda que a maioria das disfunções sexuais masculinas tem tratamento, podendo ser cirúrgico, medicamentoso ou terapêutico. “Quando se tem uma disfunção sexual, a primeira pergunta que deve ser feita é ‘a causa é física ou emocional?’.

Matheus Abreu reforça que a sugestão é buscar um médico especializado para solicitar os exames e, caso a causa seja física, indicar o tratamento adequado, como por exemplo, a reposição hormonal no caso da libido baixa.

“As especializações mais adequadas são o urologista e o andrologista para os homens, e o ginecologista para as mulheres. Caso a causa seja emocional, ou que seja física e o paciente esteja com dificuldades de lidar emocionalmente com os seus sintomas, é necessário buscar o tratamento com um psicólogo clínico especializado ou um sexólogo”, pontuou.

Ansiedade de desempenho

Matheus Abreu Roelke salienta que uma das principais questões psicológicas que afetam os homens é a ansiedade.

Disfunção erétil e ejaculação precoce: entenda as causas e como tratar
O psicólogo sexual masculino, Matheus Abreu Roelke fala sobre assunto

“Como psicólogo especializado no tratamento de disfunções sexuais masculinas causadas por questões psicológicas, identifico que o principal inimigo do prazer e da conexão com a(o) parceira(o) é a ansiedade de desempenho. Trata-se daquela preocupação em excesso relacionada a ser bom em algo. O homem se preocupa em conseguir dar prazer, ser levado a sério e em não perder ou decepcionar aquela pessoa”, ressaltou.

O especialista inclui que, dentre as causas, estão as expectativas irrealistas, pressões sociais, experiências negativas no passado, problemas de autoimagem e baixa autoestima e comparação com padrões inatingíveis de desempenho. “Muitos desses podem ser causados pelo consumo excessivo de pornografia (estudo de 2018 do canal Sexy Hot diz que 22 milhões de brasileiros assumem consumir pornografia)”, frisou.

Psicoterapia no tratamento de disfunções sexuais

Matheus Abreu Roelke finaliza informando que a psicoterapia direcionada ao tratamento de disfunções sexuais vai combinar o tratamento padrão para a ansiedade, buscando entender o que causa esta ansiedade de desempenho e utilizando ferramentas para lidar melhor com ela, junto com ferramentas específicas que são para a disfunção sexual do paciente.

“Essas ferramentas são explicadas durante a sessão e realizadas em casa, como por exemplo, exercícios para treinar o controle ejaculatório ou para melhorar a qualidade da ereção que podem ser feitos tanto sozinho quanto com a(o) parceira(o). Com isso, é possível treinar o cérebro do paciente para conseguir tirar o foco do ‘será que dessa vez eu vou conseguir?’ e colocar no momento de conexão e prazer a ser desfrutado”, contribuiu.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.