Tati diz que prata olímpica ‘aliviou a pressão’ e celebra Mineirinho

Tatiana Weston-Webb se prepara para começar mais uma temporada na World Surf League (WSL), mas com uma bagagem diferente. A surfista brasileira-americana tem um motivo a mais para o sorriso fácil e não esconde que está mais leve para o calendário que está prestes a começar —a etapa de Pipeline, no Havaí, vai acontecer de 27 de janeiro a 8 de fevereiro.

Ela classifica o ano de 2024 como “muito incrível” e um dos pontos que teve grande contribuição para essa avaliação foi a medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos de Paris.

Ano passado foi um ano muito incrível, conseguindo alcançar um sonho tão grande. Aliviou bastante a pressão que eu tive nas minhas costas. Realmente, nunca me senti tão tranquila em uma temporada off na minha vida. Normalmente, sou uma pessoa super ansiosa, sempre estou correndo atrás de alguma coisa para melhorar, mas nessa consegui, realmente, descansar e aproveitar o momento Tati Webb

Tati, que ficou em terceiro no circuito do ano passado, tenta conquistar o primeiro título mundial feminino para o Brasil. Para este desafio, ela anunciou um novo treinador: trata-se do campeão mundial Adriano de Souza, o Mineirinho.

Para essa temporada estou muito animada. Em minha visão, não preciso mais mostrar para o mundo o que eu posso fazer, sabe? Consegui mostrar tudo que eu queria, realmente. Então, eu estou me sentindo super bem, confiante. E, além disso, mudei o técnico. O Adriano foi uma referência gigante no mundo do surfe e acho que vai dar tudo certo. Se Deus quiser, vão rolar muitas coisas boas pela frente Tati Webb

A surfista explicou a mudança na comissão técnica e apontou um dos focos do trabalho que será realizado ao longo da temporada.

“Resolvemos no ano passado, mais ou menos em outubro, que íamos trabalhar juntos. Tive contato com o meu ex-técnico Ross até o final do ano, então aproveitei o máximo dele. E quando eu comecei a trabalhar com o Adriano… Ele tem um plano bem específico para mim. Vamos identificar os pontos fracos e tentar melhorar. Além disso, vamos focar muito no jogo dentro da bateria, na estratégia. Isso identificamos antes de começar o ano. Sempre há espaço para evoluir na água, mas sinto que esse ponto, se melhorar, vou continuar passando das baterias mais difíceis”, apontou.

O QUE MAIS ELA FALOU

O sonho da medalha olímpica: “Sempre foi o maior sonho tentar ganhar uma medalha, e mesmo sendo prata ou o que seja, eu consegui, sabe? Foi um sonho gigante realizado. Não tem sentimento melhor do que saber que você conseguiu. Esse sentimento de que eu consegui alcançar uma coisa tão especial, tão difícil… Tenho certeza que se eu trabalhar forte, se ficar muito focada, posso alcançar todos os meus sonhos. Me sinto muito mais tranquila esse ano. Por quê? Porque eu consegui fazer uma coisa que eu nunca vou esquecer. Não quer dizer que eu não tenho outros sonhos. Eu tenho! Mas estou aqui, um passo de cada vez e, se Deus quiser, vou lutar pelo título mundial”.

Foi anunciada a expansão para 24 surfistas a partir de 2026 na elite do surfe feminino. “Para mim, é muito, muito legal. Como uma pessoa que faz parte do tour há 10 anos já, estou aqui há muito tempo, sempre vendo a evolução das meninas. Faltava o momento em que eles iam anunciar um maior número de meninas no tour, e finalmente anunciaram. Acho que muitas baterias, nesta sexta-feira (24) em dia, são muito bem disputadas, especialmente no lado feminino, então acho que isso está atraindo mais seguidores, mais pessoal, mais aquele público que está querendo assistir o lado feminino. Realmente, eu estou muito feliz com essa notícia.”

Após a medalha olímpica, existe a pressão pelo título mundial: “Pode até existir, mas por que que eu vou colocar tanta pressão nas minhas costas se eu não preciso? Especialmente no começo de um ano que é bem longo. Temos de nos preocupar não só com um evento, mas com vários, é uma maratona. Temos de ficar focadas a cada evento para tentar ir nesse caminho, tentar conquistar o título mundial. Por enquanto, não vou começar o ano colocando essa pressão em cima de mim porque realmente não precisa. Eu sou uma pessoa que eu faço parte do tour por vários anos, eu tenho certeza que toda a minha experiência serve para alguma coisa e essa coisa é viver sem pressão, por enquanto”.

Sobre Luana Silva, brasileira campeã mundial junior e quer vai estar no circuito: “Muito orgulhosa da Luana. Ela acabou de ganhar o título mundial júnior, primeira brasileira a conquistar isso. Está fazendo história para o nosso país. Sinto muito orgulho dela, realmente. Está arrasando. Acho que ela tem muito caminho pela frente para continuar nessa trajetória gigante. Muito feliz por ela”.

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – ALEXANDRE ARAUJO E BRUNO BRAZ

Adicionar aos favoritos o Link permanente.