Governo quer estimular aumento da produção de carnes para baratear alimentos, diz Teixeira

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O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Paulo Teixeira, disse ao Agro Estadão que o governo vai estimular o aumento da produção e a comercialização de carnes e tentar controlar o câmbio para baratear o preço dos alimentos no Brasil. 

“Os alimentos que aumentaram o preço são commodities vinculadas à importação. Aumentou o preço da carne, do café, do açúcar. Os outros alimentos estão adequados. Tem uma boa produção de soja; vai aumentar a produção de arroz e de feijão”, ressalta.  

Na próxima segunda-feira, 27, o presidente Lula deve se reunir com ministros da Fazenda, Agricultura e Pecuária, Desenvolvimento Social e Agrário, além da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para discutir soluções para o barateamento dos alimentos no país.

“Governo não vai impor medidas artificiais”

Na última quarta-feira, 22, durante o programa “Bom dia, ministro”, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, usou a palavra “intervenções” para se referir a medidas destinadas a reduzir o preço dos alimentos. O termo gerou ruído de comunicação sobre a possibilidade do governo impor medidas artificiais para baratear os alimentos, como taxar as exportações ou controlar os preços agrícolas.

À reportagem, o ministro Paulo Teixeira negou categoricamente qualquer intenção do governo de impor tais medidas, afirmando que “o presidente Lula afastou [essa possibilidade] desde o primeiro dia”.

No site da Casa Civil, a reportagem sobre a participação do ministro Rui Costa no  programa de entrevistas substitui o termo ‘intervenções’ por “‘ações’, que sinalizem para o barateamento dos alimentos”. 

Questionada pela reportagem sobre quais ações seriam essas, a assessoria da Casa Civil respondeu em nota que “as medidas serão avaliadas e construídas em reuniões com os ministérios e outros órgãos governamentais, com a garantia da participação de produtores e associações”.

A equipe do Agro Estadão entrou em contato com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Ministério da Fazenda e a Conab para saber quais seriam as possíveis soluções para o barateamento dos alimentos, mas ainda não obteve respostas até o fechamento da reportagem.

Preços elevados

Um dos setores que mais tem pesado no bolso dos brasileiros, o mercado pecuário está com preços firmes neste início de ano. Na quarta-feira, 22, as cotações no indicador Cepea/B3, base São Paulo, acumulavam alta de 3,07%, com a média de R$ 327,15 a arroba. 

Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, um dos principais fatores de suporte ao mercado pecuário brasileiro são as exportações. “O Brasil segue vendendo grandes volumes de carne no mercado internacional, uma agressividade impressionante, nunca vendemos tanta carne assim, e isso vai fazendo muita diferença como ponto de suporte aos preços da arroba do boi gordo”, explica. 

O café deve permanecer com preços elevados em 2025, aponta o Cepea. Segundo os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as projeções de curto prazo não indicam aumentos expressivos de produção. Além disso, os estoques estão apertados e a demanda internacional pela bebida continua firme. 

Já o preço do açúcar cristal branco caiu no mercado spot de São Paulo na última semana. O Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, encerrou a R$ 152,80/saca de 50 kg na sexta-feira, 17. Segundo pesquisadores do Cepea, a redução no valor das ofertas pelas usinas e a pressão nas cotações domésticas, se devem a alguns fatores, além da busca de compradores por preços mais baixos. Eles destacam também a queda nas cotações internacionais do demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures), que retornaram ao patamar dos 18 centavos por libra-peso, pressionando as cotações domésticas do açúcar.

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