‘Vencedores das guerras serão os que possuírem a melhor Inteligência Artificial (IA)’ – Secretário da Força Aérea dos EUA

“É provável que essas áreas de tecnologia militar avançada se manifestem por meio do uso cada vez mais disseminado de autonomia e automação, em todos os domínios, mas especialmente no espaço, no ciberespaço e no ar”, escreveu Kendall em um novo relatório.

Segundo o secretário, que está deixando o cargo, sistemas autônomos e inteligência artificial desempenharão um papel ainda mais significativo na definição dos resultados dos conflitos futuros à medida que a tecnologia continuar evoluindo nas próximas décadas. O relatório, exigido pelo Congresso e apresentado aos legisladores em dezembro, traça uma previsão sobre os ambientes de segurança e avanços tecnológicos que moldarão as Forças Aérea e Espacial em 2050. Intitulado O Departamento da Força Aérea em 2050, o documento destaca uma ampla gama de capacidades emergentes, muitas delas fundamentadas no uso ampliado de IA e autonomia.

O relatório surge em um momento crucial para a adoção de IA e autonomia pelo Departamento de Defesa, especialmente diante de ameaças de países como China e Rússia. Durante o mandato de Kendall, tanto a Força Aérea quanto a Força Espacial avançaram no uso dessas tecnologias, desde o suporte a tarefas administrativas até o desenvolvimento de aeronaves robóticas, como os Collaborative Combat Aircraft (CCA).

Com a proliferação dessas tecnologias, Kendall acredita que o maior desafio será determinar a combinação ideal entre capacidades tripuladas e não tripuladas para funções específicas de combate. Ele ressaltou a dificuldade em equilibrar o uso de máquinas e humanos no processo de tomada de decisão: “Precisaremos gerenciar isso de forma eficaz em termos de custos, alinhada aos nossos valores e militarmente competitiva. Acho que será um problema difícil de resolver”, afirmou Kendall durante um evento do Center for Strategic and International Studies (CSIS).

No relatório, Kendall previu que ferramentas de suporte e decisão baseadas em IA estarão no centro de muitas funções militares até 2050. Ele destacou que a IA será crucial para plataformas de gerenciamento de batalhas, auxiliando no planejamento de missões e na extração de informações relevantes de bancos de dados multissensores para identificação e rastreamento de alvos. “Vitória ou derrota no ar ou no espaço em escala humana provavelmente será determinada pelo combatente que tiver a tecnologia de IA mais avançada nas áreas mais críticas para alcançar a vitória”, escreveu Kendall.

Ele também previu que sistemas autônomos serão ainda mais comuns em guerras em 2050 do que já são hoje em conflitos como os da Ucrânia e do Oriente Médio. Embora os sistemas espaciais já possuam um alto grau de autonomia, espera-se que plataformas aéreas e armas operem com cada vez menos intervenção humana.

A Força Aérea planeja introduzir sistemas autônomos mais inteligentes com a futura frota de drones CCA, que deverão voar ao lado de caças tripulados para executar diversas missões. As empresas General Atomics e Anduril estão preparando os primeiros voos de seus protótipos de Incremento 1 dos CCAs para 2025, e a Força Aérea já está planejando o Incremento 2.

Kendall afirmou no CSIS que espera o uso combinado de plataformas tripuladas e não tripuladas “por muito tempo”, contrariando comentários recentes de Elon Musk, que sugeriu que os EUA deveriam parar de adquirir aeronaves tripuladas. “Precisamos pensar no comando e controle, e acredito que, no futuro previsível, caças tripulados continuarão a gerenciar formações que incluem CCAs”, disse Kendall.

Além disso, a introdução de mais autonomia e inteligência artificial exigirá uma mudança cultural significativa dentro do Departamento da Força Aérea, o que, segundo Kendall, será um desafio à parte. “A cultura e a história da Força Aérea, profundamente enraizadas no papel do piloto, tornam extremamente difícil, emocionalmente, abrir mão disso, mesmo que em parte”, concluiu.

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