Exportadores de café calculam R$ 11,9 milhões em prejuízo com atrasos nos portos

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Atrasos e alterações de escalas de navios para exportação provocaram o acúmulo de 1,615 milhão de sacas de 60kg de café que deixaram de ser embarcadas, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A entidade ouviu 27 empresas associadas, que representam 75% das remessas totais ao exterior. 

Devido a esses entraves na logística nos portos brasileiros, os exportadores de café tiveram um “prejuízo portuário” de R$ 11,930 milhões em novembro, de acordo com o Cecafé. Os valores se referem aos custos extras com armazenagens adicionais, detentios, pré-stacking e gates antecipados.

“Com um preço médio Free on Board (FOB) de exportação de US$ 290,66 por saca (café verde) e a média do dólar em R$ 5,8065 em novembro, o não embarque desse café implica que o Brasil deixou de receber, nos 11 primeiros meses de 2024, US$ 469,53 milhões, ou R$ 2,726 bilhões, como receita cambial”, indica o relatório.

Atrasos em novembro 

O levantamento do Cecafé traz dados do Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital. Segundo o documento, 66% dos navios, ou 200 de um total de 304 porta-contêineres, tiveram atrasos ou alteração de escalas que impactaram no resultado das exportações de café, nos principais portos do Brasil, em novembro do ano passado.

O tempo mais longo de espera foi de 68 dias em Santos (SP), onde 46 navios não tiveram abertura de gate.  O porto responde por 67,6% dos embarques de café no acumulado dos 11 primeiros meses de 2024 e, segundo o Boletim DTZ, registrou 78% de atraso ou alteração de escalas de navios em novembro, o que envolveu 125 do total de 160 embarcações.

O complexo portuário do Rio de Janeiro (RJ), o segundo maior exportador dos cafés do Brasil, com 28,2% de participação nos embarques no acumulado de 2024, teve índice de atrasos de 61% em novembro, com o maior intervalo sendo de 53 dias entre o primeiro e o último deadline. Esse percentual implica que 38 dos 62 navios destinados às remessas do produto sofreram alteração de escalas.

“A infraestrutura portuária brasileira vem apresentando sinais de esgotamento e é emergencial a ampliação de investimentos e adoção de medidas que visem atender à demanda crescente do agronegócio nacional, proporcionando mais eficiência e competitividade aos setores e possibilitando que um dos principais segmentos da economia do país permaneça gerando bilhões em divisas”, sinaliza Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé.

Exportações recordes de café

O executivo do Cecafé lembra que, apesar do cenário logístico portuário nacional, o Brasil registra recordes sucessivos nas exportações do produto graças ao empenho das equipes de logística dos exportadores associados e à contribuição dos terminais portuários, que vêm empenhando esforços para atender às demandas do comércio exportador de café.

Com 46,4 milhões de sacas exportadas no acumulado de 2024 até novembro, o Brasil já bateu o recorde anual de embarque, que era de 44,7 milhões de sacas registrado nos 12 meses de 2020. No mesmo período, as exportações realizadas por Santos cresceram 24,6% e pelo complexo portuário do Rio Janeiro, 53,2%.

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