Soja: produção recorde e preços baixos devem marcar o setor em 2025

Apesar dos temores iniciais da safra 2024/25, por conta do baixo volume de chuva, o clima favorável nos meses de desenvolvimento das lavouras deve garantir garantir uma produção recorde de soja, de acordo com o acompanhamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em seus últimos relatórios de projeções, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam a atual safra brasileira de soja em 166,2 e 169 milhões de toneladas, respectivamente. 

Do lado da demanda, a procura pelo grão deve se manter aquecida, com políticas nacionais estimulando uma maior mistura de biodiesel ao óleo diesel. Além do mais, segundo os pesquisadores, a forte valorização do dólar frente ao real deixa a soja brasileira mais atrativa para os compradores internacionais, o que tende a favorecer as exportações.

Em relação aos preços, o Cepea aponta que as negociações em dólar para embarques nos portos brasileiros no primeiro semestre de 2025 são realizadas a valores bem abaixo dos registrados há um ano. Além disso, as cotações externas também operam em menores patamares. 

“De modo geral, além do dólar, o mercado também deve estar atento às ações que devem ser tomadas pelo novo governo norte-americano, especialmente as que se referem a tarifas de importações, que podem gerar reações de outros países e deslocar demandantes à América do Sul”, alerta o boletim. 

Um fator para ficar no radar, são as chamadas retenciones (impostos) na Argentina. Recentemente, o governo do país sinalizou interesse em reduzir as taxas cobradas sobre produtos agrícolas em 2025, o que pode incentivar as exportações do país e elevar a concorrência argentina frente ao Brasil no farelo de soja.

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