Operação da Polícia Federal que combate financiamento ao terrorismo prende suspeitos


Ação é feita em tabacarias de Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima, em Minas Gerais, e nas cidades de São Paulo e Brasília. PF disse que brasileiros estavam sendo enviados ao Líbano, onde foram entrevistados e alguns selecionados para atos terroristas no Brasil. Policiais federais no Mercado Central, em BH
Reprodução/Polícia Federal
Três pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) durante a segunda fase de uma operação para combater o financiamento ao terrorismo, nesta quinta-feira (8), em tabacarias no Mercado Central e na Praça da Savassi, em Belo Horizonte, e em Contagem e Nova Lima, na Grande BH, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
De acordo com a PF, nesta empreitada, a ação foi batizada como Trapiche-FT: as letras FT fazem referência a “financiamento ao terrorismo”, e também é feita em São Paulo (SP) e Brasília (DF).
Nesta fase, descobriu-se que o principal investigado, aproveitando-se da situação de vulnerabilidade de imigrantes e refugiados, usou de dados pessoais para abrir contas bancárias e empresas por onde circularam recursos de origem ilícita.
Policiais federais chegando ao Mercado Central
Reprodução/Polícia Federal
Também que parte dos recursos com origem do contrabando foi destinada a contas bancárias de empresas de fachada que fazem parte do bilionário esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro descoberto pela Operação Colossus, também deflagrada pela Polícia Federal.
Após uma sucessão de transferências entre contas de empresas de fachada, os recursos ilícitos foram convertidos em criptoativos e destinados a carteiras com vínculos com organizações terroristas.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de contrabando, integração de organização terrorista, atos preparatórios de terrorismo, financiamento ao terrorismo e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 75 anos e 6 meses de reclusão.
Justiça manda fechar tabacaria no Mercado Central
Reprodução/Polícia Federal
Primeira fase
A primeira parte dessa operação foi feita em novembro de 2023 e foi descoberto que brasileiros estavam sendo recrutados por organização terrorista e que eles viajaram para o Líbano, onde foram entrevistados e alguns selecionados para atos terroristas no Brasil. Isso tudo financiado com dinheiro do comércio ilícito de cigarros eletrônicos contrabandeados e vendidos em lojas de tabacarias no Brasil.
Ainda em novembro, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) foi acionada para prender dois brasileiros que estavam no Líbano. Eles são suspeitos de participar do planejamento de atos terroristas no Brasil. Os dois têm dupla nacionalidade, brasileira e libanesa.
Depois, as investigações apontaram esquema de financiamento e que recursos provenientes da venda de cigarros eletrônicos por tabacarias serviram para financiar as viagens desses brasileiros.
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A operação
A divisão antiterrorismo da Polícia Federal em Brasília foi alertada para o fato de que brasileiros, vários deles com passagem criminal, estavam sendo aliciados e contratados por comandantes do Hezbollah, no Líbano, para promover ataques no Brasil. A PF monitorava esse grupo desde dezembro de 2022.
As investigações descobriram que alguns desses brasileiros fizeram viagens recentes a Beirute para encontros com o Hezbollah e definiram valores pela colaboração em atos terroristas, além da lista de endereços a serem atacados e, ainda, o recrutamento de executores.
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