Obras de duplicação da BR-470 serão novo campo de batalha entre governos Lula e Jorginho

A difícil relação entre os governos do presidente Lula (PT) e do governador Jorginho Mello (PL) ficou explícita na reclamação pública do petista sobre a ausência do catarinense no evento de inauguração do Contorno Viário da Grande Florianópolis, sexta-feira, mas o próximo round dessa batalha já parece definido: o ritmo das obras de duplicação da BR-470.

BR-470 será novo ponto de conflito entre o presidente Lula (PT) e o governador Jorginho Mello (PL)

Lula durante inauguração do Contorno Viário da Grande Florianópolis – Foto: Germano Rorato/ ND

Ainda antes do evento, em entrevista exclusiva no SC no Ar, na NDTV, o ministro Renan Filho (MDB), dos Transportes, fez um apelo público à SCGás para que seja mais rápida na retirada de tubulações localizadas na BR-470, que estaria prejudicando o avanço das obras nos trechos localizados em Indaial.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), ligado ao Ministério dos Transportes, é responsável direto pela obra – diferentemente do Contorno Viário da Grande Florianópolis, executada pela concessionária Arteris. A SCGás é uma empresa de economia mista, controlada pelo governo do Estado.

O impasse da BR-470, versão DNIT

Presente no ato de inauguração, o engenheiro Alysson de Andrade, superintendente do DNIT-SC, detalhou a questão que envolveria a companhia estatal catarinense.

“A SC Gás é uma concessionária que tem um termo de permissão de uso e está ao longo de toda a BR-470. Ela vem removendo os dutos de gás, mas faltam 6 mil metros dentro do trecho de duplicação. Dentro desses 6 mil metros, 3 mil eles estão mexendo. Outros 3 quilômetros, na localidade de Indaial, entre os quilômetros 61 e 64, eles sequer licitaram a remoção desse gás. Esse é hoje um caminho crítico para o término da duplicação total da BR-470”, disse o superintendente.

O impasse da BR-470, versão SCGás

BR-470 será novo palco de disputa política entre Jorginho Mello e Lula

Jorginho Mello citou obras da BR-470 no vídeo em que rebateu críticas por ausência na inauguração do Contorno Viário da Grande Florianópolis – Foto: X/ Reprodução/ ND

O governo estadual reagiu com veemência às declarações de Renan Filho no SC no AR. Ainda na manhã de sexta-feira, enviou nota em que aponta que a crítica do ministro à SCGás “não e verdade” e que “as tubulações de gás só podem ser realocadas uma vez que o novo traçado esteja delimitado e o terreno esteja totalmente desapropriado e pronto para receber as obras”.

O presidente da SCGás, Otmar Müller, também se manifestou:

“O DNIT tem que desenvolver o projeto e estabelecer o novo traçado da rodovia, para que aí sim, com esse projeto e as desapropriações que são desnecessárias, a SCGás possa fazer a realocação de suas tubulações. Aliás, já fez em 18 quilômetros e está aguardando a definição do novo traçado para que eles possam avançar. A gente quer deixar claro que o Estado de SC tem feito sua parte e a gente aguarda que o DNIT, que está vinculado ao Ministério dos Transportes, possa fazer sua parte para que a gente possa dar andamento”, disse Müller.

O ritmo das desapropriações na obra de BR-470

O DNIT-SC não nega que ainda precisa avançar nas desapropriações, mas aponta que estão dentro do cronograma necessário para entregar a entrega do quatro lotes – que tornariam a rodovia plenamente duplicada entre o encontro com a BR-101 em Navegantes e Indaial.

“Temos outros gargalos, como desapropriações, que são de gestão do DNIT, que avançaram muito. Ano passado batemos recordes em desapropriações. Em maio fizemos o penúltimo mutirão e de 9 a 13 de setembro deste ano faremos o último para limpar todo o trecho das desapropriações, que era outro entrave. Agora, a SC Gás acaba sendo o caminho crítico para término da obra em 2026”, disse Alysson de Andrade.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.