Marine Le Pen classifica condenação como ‘caça às bruxas’ 

Em um ato público em Paris, Marine Le Pen, líder da direita francesa, descreveu sua condenação como uma “decisão política” e “caça às bruxas”. Ela também reafirmou seu compromisso com a carreira política. Jordan Bardella, seu aliado e potencial sucessor, participou do evento e criticou os juízes franceses por silenciar a oposição.

“Vinte e nove foi um dia sombrio para a França”, afirmou Bardella, referindo-se à data da condenação de Le Pen.

Le Pen foi condenada por um suposto desvio de verbas públicas, o que a impede de disputar as eleições presidenciais de 2027. Ela foi julgada culpada por utilizar recursos do Parlamento Europeu para pagar funcionários do seu partido.

A decisão inclui quatro anos de prisão, sendo dois anos em regime domiciliar e dois com pena suspensa, além de cinco anos de inelegibilidade.

Apoio a Le Pen e comparações com Trump

Marine Le Pen, presidente do grupo parlamentar do partido francês de extrema direita Rally Nacional (Rassemblement National – RN), sobe ao palco para se dirigir aos membros do partido após o encerramento das urnas durante as eleições para o Parlamento Europeu, em Paris, França (9/6/2024) | Foto: Reuters/Sarah Meyssonnier

Os apoiadores de Le Pen exibiram cartazes com mensagens como “Justiça sob ordens” e vestiam camisetas com a frase “Eu sou Marine”. Comparações com Donald Trump, que também enfrentou condenações judiciais, foram feitas, questionando por que Le Pen não poderia concorrer enquanto Trump pôde.

À imprensa, Alice Triquet, uma bartender de 26 anos, expressou sua indignação: “O sistema não está quebrado — está manipulado. Se eles podem fazer isso com ela, o que os impede de fazer com qualquer um que pense diferente?”

Em resposta ao ato pró-Le Pen, partidos de esquerda organizaram uma manifestação. Marine Tondelier, líder do Partido Verde, disse que a questão vai além da líder da direita, tratando-se de “defender o Estado de Direito contra aqueles que acham que a justiça é opcional”.

Cartazes com mensagens como “Sem trumpismo na França” e “Resposta antifascista” foram vistos na manifestação oposta.

Líder da direita se destaca em pesquisas eleitorais

O recurso de Marine Le Pen contra a sentença deverá ser julgado no próximo ano, o que pode influenciar o cenário político futuro. As reações, tanto de apoio quanto de oposição, refletem a crescente tensão política na França.

Mesmo inelegível, um levantamento do instituto francês de pesquisa Ifop mostra que Marine Le Pen lidera com 36% das intenções de voto para a eleição presidencial de 2027. Edouard Philippe aparece em segundo lugar, com 25% dos votos; ele é seguido por Jean-Luc Mélenchon, com 12%, e Éric Zemmour, com apenas 5%.

Com a inelegibilidade de Le Pen, Jordan Bardella, atual presidente do Reagrupamento Nacional, pode substituí-la no pleito presidencial. Cerca de 90% dos aliados e simpatizantes do partido expressam o desejo de que Bardella assuma a candidatura, enquanto 87% mantêm o apoio à deputada.

O presidente Emmanuel Macron, que cumpre seu segundo mandato consecutivo, não pode ser reeleito. Ele lidera o governo francês desde 2017.

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