Em declaração feita a bordo do Air Force One neste domingo (6), o presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou que os países terão de pagar “muito dinheiro” para evitar as tarifas impostas por seu governo. Ele classificou os encargos como um “remédio”, sugerindo que são necessários para corrigir desequilíbrios comerciais.
O presidente minimizou o impacto negativo das medidas no mercado financeiro global. “Eu não quero que nada caia. Mas, às vezes, é preciso tomar um remédio para consertar algo”, afirmou ao retornar da Flórida, onde passou o fim de semana jogando golfe.
Durante as conversas com líderes da Europa e da Ásia, realizadas nos últimos dias, Trump reforçou que só haverá diálogo se houver concessões financeiras. “Eles estão vindo para a mesa. Querem conversar, mas não há conversa a menos que nos paguem muito dinheiro anualmente”, declarou.
Risco de recessão ou barganha com tarifas?
O anúncio das tarifas causou reações em cadeia, com medidas retaliatórias da China e temor de recessão. Bolsas asiáticas abriram em forte queda, e os índices futuros nos Estados Unidos também apontaram recuo, refletindo o receio de aumento nos preços, redução da demanda e impacto na confiança global.
Assessores do presidente tentam minimizar os efeitos negativos. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que mais de 50 países iniciaram negociações desde o anúncio feito na quarta-feira. Já o secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que as tarifas devem durar “por dias e semanas”.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, alertou que um acordo não será imediato. Enquanto isso, o índice Nikkei de Tóquio atingiu o nível mais baixo em 18 meses, pressionado por perdas no setor bancário.
Economistas do JPMorgan estimam que as tarifas devem reduzir o crescimento anual do PIB dos EUA em 0,3 ponto percentual. A taxa de desemprego, atualmente em 4,2%, pode subir para 5,3%.
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