No regime militar as eleições para prefeito nas capitais era indireta, a mesma coisa que dizer que o prefeito era escolhido pelo governador, que também era indicado pelo presidente da república, que por sua vez também era indicado pelo alto comando das Forças Armadas, sendo elegíveis apenas os generais de quatro estrelas.
No Espirito Santo a oposição ganhava sempre as eleições em Vila Velha e talvez inspirado na fusão entre Guanabara e Rio de Janeiro foi realizado em 1976, no Governo Élcio Alvares, um plebiscito para aprovar a fusão de Vitória com Vila Velha. Foi minha estreia como eleitor. A manobra para acabar com o principal reduto oposicionista do estado não deu certo. A fusão foi derrotada pelos eleitores de Vitória tendo sido vencedora em Vila Velha por pequena margem. No computo geral a fusão foi derrotada.
O Governo Élcio Alvares deu grande prioridade `a Região Metropolitana da Grande Vitória. Criou o Instituto Jones dos Santos Neves-IJSN, fez a segunda ponte unindo Vitória a Cariacica, fez a nova Rodoviária na Ilha do Príncipe, prosseguiu com os aterros na Enseada do Suá e iniciou os estudos para a Terceira Ponte.
Em 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, elevou a Grande Vitória `a categoria de metrópole passando assim a integrar o seleto grupo de 15 regiões metropolitanas no Brasil. Com sete municípios: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Fundão e Guarapari ocupando um território de 2.331 quilômetros quadrados, a RMGV possui 1.880.828 habitantes representando 49% da população do Espirito Santo e aproximadamente metade do PIB capixaba estimado em R$ 230 bilhões.
Douglas Vaz, presidente reeleito do Sindicato da Construção Civil-Sinduscon-ES, na solenidade de posse da diretoria para o período 2025/2028, defendeu a unificação das regras construtivas e dos Planos Diretores na RMGV. Concordo integralmente com o presidente e acho que este debate deve começar imediatamente.
Precisamos avaliar o funcionamento do modelo de gestão e da governança de todas as politicas públicas de interesse comum dos municípios metropolitanos e do governo do estado afim de encontrar soluções pactuadas de aperfeiçoamento, desburocratização e transparência.Os Planos Diretores devem orientar o crescimento ordenado do tecido metropolitano ao invés de se contentarem em ser apenas obstáculo burocrático aos empreendimentos. O crescimento desordenado pode ser evitado se soubermos planejar o desenvolvimento urbano em harmonia com os investimentos em infraestrutura e o aproveitamento sustentável dos ativos naturais. Apenas travar a expansão urbana não protege o território e o meio ambiente.
Precisamos aprimorar a governança compartilhada no território metropolitano. O caminho é fazer com que os orgãos estaduais e prefeituras junto com o setor produtivo e sociedade organizada, pactuem politicas públicas inteligentes articuladas com as forças de mercado para gerar valor e prosperidade.