Diógenes de Freitas Ferreira dos Santos, suspeito pelo envolvimento no desaparecimento de Sara Conceição Serra dos Santos, preso em agosto de 2024, foi solto na última terça-feira (1º). De acordo com a decisão da justiça, a juíza Lívia Regina Savergnini concedeu o benefício sob a justificativa de que a liberdade do suspeito não prejudicaria o andamento do processo.
Segundo os familiares da vítima, Sara desapareceu no dia 13 de novembro de 2022. O suspeito só foi detido quase dois anos após o sumiço da jovem que, na época, tinha apenas 20 anos de idade. Cabe lembrar que no dia da prisão, durante as buscas na casa de Diógenes, a Polícia Cívil (PCES) encontrou roupas, crachás, fotografias e outros objetos pertencentes à mulher.
Na ficha dele também consta que ele é suspeito por stalking (perseguição) em Macaé, no Rio de Janeiro, e na Serra, no Espírito Santo, a outras ex-namoradas, além de ameaça à própria família de Sara. De acordo com a Polícia Civil, os processos serviram como provas indiretas do envolvimento dele no crime. Entretanto, as investigações seguem sem conclusão e o corpo da jovem continua desaparecido.
Na decisão sobre a soltura de Diógenes, a juíza alegou que “não há elementos concretos que sustentem a necessidade da custódia cautelar, pois não ficou demonstrado que a liberdade do réu comprometeria a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal. Não há indícios de que o acusado tenha ameaçado testemunhas ou tentado interferir na investigação, tampouco elementos que indiquem sua participação em organização criminosa, o que reduz o risco de reiteração delitiva”.
O que diz a defesa?
Em nota, a advogada criminalista, que atua como assistente de acusação em defesa de Sara, Bianca Campelo, contou que a decisão judicial sobre a soltura do suspeito foi completamente incoerente e injusta.
Segundo a especialista, há nos autos elementos robustos que sustentam a gravidade da conduta do acusado, incluindo imagens captadas por câmeras de monitoramento que apontam ter sido ele a última pessoa a manter contato com a vítima antes do seu desaparecimento.
“Embora o réu seja tecnicamente primário, constam registros de prática anterior de violência doméstica contra sua ex-companheira, no Estado do Rio de Janeiro”, ressaltou.
Bianca também relembrou que no momento da prisão, foram localizados na residência do suspeito, diversos documentos pertencentes a terceiros, cujas origens permanecem sem justificativa plausível, o que agrava ainda mais o seu histórico comportamental.
“Diante desse contexto, é evidente que sua liberdade representa risco concreto à ordem pública, à instrução criminal e à integridade de outras possíveis vítimas. A defesa de Sara seguirá firme, buscando a responsabilização do acusado e a efetiva aplicação da Justiça”, contou.