
A Amaggi, uma das maiores empresas do agronegócio do Brasil, lançou um projeto de agricultura regenerativa para geração de créditos de carbono. A iniciativa vai ser conduzida em parceria com a Naturall Carbon, uma fintech de clima com sede no Reino Unido.
Inicialmente, o projeto será desenvolvido em uma fazenda da Amaggi em Rondônia, com uma área agricultável de 25 mil hectares. Futuramente, novas fazendas da empresa podem ser incluídas, ampliando a iniciativa.
A certificação do projeto será realizada pela Verra, utilizando a metodologia VM 0042, ALM. Essa metodologia, basicamente, quantifica as reduções de emissões de gases de efeito estufa e remoções de carbono orgânico do solo resultantes da adoção de práticas melhoradas de gestão de terras agrícolas. Tais práticas envolvem melhorias na aplicação de fertilizantes, resíduos de biomassa e gestão de água, práticas de plantio e colheita de culturas comerciais e de cobertura e pastagem.
O projeto vai partir de uma linha de base composta por pastagens degradadas e culturas com manejo convencional, que serão transformadas por meio de práticas regenerativas como o sistema de plantio direto, rotação de culturas e uso de culturas de cobertura. “Essa abordagem permite capturar CO₂ da atmosfera via fotossíntese e armazenar no solo, melhorando a fertilidade, a biodiversidade e a matéria orgânica, além de aumentar a produtividade das lavouras”, destaca o comunicado da Amaggi.
Segundo Juliana Lopes, diretora de ESG, Comunicação e Compliance da Amaggi, a iniciativa impulsiona um agronegócio mais sustentável e comprometido com o futuro. “A AMAGGI experimenta em suas próprias fazendas essas práticas e avança no monitoramento dos seus impactos, atuando em conjunto com entidades renomadas de pesquisa para engajar o produtor rural parceiro na adoção das melhores soluções encontradas”, afirma em nota.
No futuro, produtores rurais parceiros da Amaggi também poderão fazer parte do projeto.
Créditos de carbono
Os créditos de carbono gerados serão quantificados por meio de um processo que combina a medição direta de amostras físicas do solo com modelagem computacional avançada baseada em processos biogeoquímicos.
Segundo a companhia, esse método é calibrado e validado por especialistas, permitindo uma estimativa precisa da remoção e armazenamento de carbono no solo ao longo do tempo. O projeto contará ainda com monitoramento contínuo utilizando tecnologias de geoprocessamento e sensoriamento remoto para acompanhar a evolução das práticas regenerativas e assegurar a integridade, transparência e rastreabilidade dos créditos de carbono.
Os créditos de carbono gerados neste projeto serão do tipo “remoção”, ou seja, resultam da captura e armazenamento do CO₂ já presente na atmosfera, em vez de apenas evitar novas emissões. Além disso, serão baseados na natureza, o que significa que essa remoção ocorrerá por meio de processos naturais, como o reflorestamento, a recuperação de ecossistemas ou práticas agrícolas que aumentam a fixação de carbono no solo. Isso diferencia esses créditos dos chamados créditos de “evitação”, que apenas impedem que mais carbono seja emitido, mas não removem o que já está na atmosfera.
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