O Sol atingiu sua fase de maior atividade, conhecida como máximo solar. No entanto, permanece essa fase ativa ou já ficou para trás? Para responder a essa dúvida, é preciso analisar os dados disponíveis trazidos pelo Space.com.
Mesmo sem ser visível a olho nu, nosso astro apresenta dinâmica intensa. Em sua superfície, áreas com campos magnéticos concentrados aparecem como manchas solares, enquanto, acima dessas regiões, áreas ativas na atmosfera solar podem desencadear explosões e ejeções de massa coronal (CMEs, na sigla em inglês). Tais fenômenos, embora invisíveis diretamente, exercem influência sobre a Terra por meio do clima espacial.

É importante notar que a ocorrência de manchas solares, explosões e ejeções de massa não é constante, oscilando conforme um ciclo solar, que dura, aproximadamente, 11 anos. Durante os períodos de mínimo solar, podem se passar meses sem que qualquer mancha seja registrada; por outro lado, no auge do ciclo, esses eventos se tornam frequentes.
Há séculos, cientistas acompanham esses ciclos contando o número de manchas solares. Desde dezembro de 2019, quando se registrou o mínimo solar que encerrou o Ciclo Solar 24, estamos vivendo o Ciclo Solar 25. Embora a duração típica seja de cerca de 11 anos, o intervalo exato entre os mínimos pode variar.
Dados técnicos sobre o Sol e seus máximos e mínimos
- No início do Ciclo Solar 25, o Centro de Previsão do Clima Espacial da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) divulgou previsão oficial baseada em média das projeções da comunidade científica;
- Essa previsão estimava que o pico, com média mensal entre 101,8 e 125,2 manchas solares, ocorreria por volta de julho de 2025;
- No entanto, os dados recentes indicam que o Ciclo Solar 25 já ultrapassou essa estimativa. Em agosto de 2024, foi registrada média suavizada de 13 meses de 156,7 manchas;
- Essa média, calculada considerando o mês analisado juntamente com os seis meses anteriores e os seis posteriores, tem atraso de seis meses em relação à coleta dos dados, sendo agosto de 2024 a referência mais atual até março de 2025.
Embora essa média possa continuar aumentando, ela dependerá dos números das manchas solares nos meses vindouros. Vale ressaltar que o pico determinado pela média suavizada — e não o valor máximo registrado em um único mês — define o ponto de máximo do ciclo.
O gráfico abaixo ilustra a evolução dos ciclos solares desde 2010. Ele mostra, com linha preta representando os valores mensais e uma roxa a média suavizada, que o Ciclo Solar 25 já ultrapassou a magnitude do ciclo anterior.

Até agora, o mês com o maior número individual de manchas foi agosto de 2024, com total de 216 manchas. Posteriormente, os números caíram, variando entre 136 e 166 manchas mensais de setembro de 2024 até março de 2025. Esses dados sugerem a possibilidade de que o máximo solar possa já ter sido alcançado, mas a questão permanece em aberto.
Além disso, o Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA disponibiliza gráfico experimental de previsão do ciclo solar, atualizado mensalmente conforme os dados mais recentes (veja mais no fim desta reportagem).
Essa ferramenta, que reflete informações atuais e não projeções prévias, oferece estimativa mais precisa para o restante do ciclo.
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A versão mais recente, atualizada em março de 2025, indica que o pico do máximo solar, provavelmente, ocorreu entre agosto e novembro de 2024, sugerindo que já estaríamos entrando na fase de declínio do Ciclo Solar 25.
Essa nova estimativa difere da previsão original de julho de 2025. Essa discrepância pode ser explicada pelo fato de que os ciclos de nosso astro não são exatamente de 11 anos: geralmente, quanto maior a amplitude do ciclo, mais curto ele tende a ser. Assim, o pico real pode ter ocorrido antes do previsto inicialmente.
Porém, o cenário ainda apresenta incertezas. Observando o comportamento do Ciclo Solar 24, nota-se que houve dois picos — um em 2012 e outro em 2014 — um fenômeno raro nas previsões, mas que já foi identificado em diversos ciclos históricos.

O Ciclo Solar 25 poderia, teoricamente, exibir um segundo pico, adiando o máximo para o final de 2025, embora alguns argumentem que já teríamos registrado dois picos, um em 2023 e outro em 2024.
Mesmo que o pico mensal específico tenha sido ultrapassado, isso não significa que a atividade do astro chegou ao fim. Fenômenos intensos podem perdurar por um ou dois anos após o máximo, mantendo a possibilidade de observação de manchas, ejeções de massa e os efeitos associados, como tempestades geomagnéticas e exibições de auroras.
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