Ataques aconteceram após morte de traficante, diz Sesp

O secretário de segurança do Espírito Santo, Leonardo Damasceno, afirma que os ataques a dois ônibus e a duas viaturas da PMES, na noite dessa quarta-feira (26) na Grande Vitória, foram motivados por conta da morte de um traficante em São Benedito, na capital, durante um confronto com a Polícia Militar.

Em um vídeo enviado à imprensa, Damasceno disse que estava em uma agenda em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, quando ficou sabendo das ocorrências, que segundo a Sesp, foram registradas em Gurigica, São Benedito, Itararé, Praia de Camburi e Bairro da Penha, na capital, onde viaturas da Polícia Militar e ônibus foram atacados.

“Esses ataques, aparentemente, tudo indica, foram motivados pela morte de um indivíduo altamente perigoso, com antecedentes criminais extensos, por crimes violentes, homicídios, tráfico de drogas e armas, que hoje confrontou a polícia e perdeu sua vida nesse confronto. Os traficantes, com intuito de homenagear esse indivíduo, estão cometendo esses ataques”, diz.

O secretário garantiu que empenhou todos os recursos disponíveis para dar resposta aos criminosos. “A sociedade não aceita esses ataques. A Secretaria de Segurança Pública e as forças de segurança estão totalmente empenhadas para mostrar força a esses indivíduos e efetuar prisões. Esses indivíduos podem ter certeza que nós vamos responder esses ataques de forma muito enérgica, de forma que fique muito claro que quem manda nas vias públicas é o estado, é a Segurança Pública. Criminosos não tem seu lugar para enfrentar a sociedade”, afirmou.

Dois ônibus incendiados e viaturas depredadas

Duas viaturas da Polícia Militar (PMES) foram apedrejadas no Bairro da Penha, em Vitória. Segundo a polícia, os vidros dos veículos foram destruídos por criminosos.

Ataques aconteceram após morte de traficante, diz Sesp
Foto: reprodução

Segundo o GVBus, responsável pelos coletivos da Grande Vitória, dois ônibus do Sistema Transcol foram incendiados e ficaram completamente destruídos na noite desta quarta-feira (26).

Nos dois casos os criminosos agiram com os passageiros ainda dentro dos ônibus, mas não houve feridos. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados.

No primeiro caso, na Praia do Canto, em Vitória, três suspeitos embarcaram no ônibus da linha 523 (T. Jacaraípe/T. Jardim América via Beira-Mar), no ponto da Avenida Saturnino de Brito, próximo à Ponte de Camburi.

Eles pularam a roleta e, um ponto depois, com o veículo já em movimento, ordenaram que todos descessem, ao mesmo tempo em que jogavam gasolina no ônibus, e atearam fogo. O veículo seguia sentido Jardim Camburi, Vitória, e tinha cerca de 20 passageiros.

Ataques aconteceram após morte de traficante, diz Sesp
Ônibus incendiado em Camburi | Foto: Internauta

A segunda ocorrência foi registrada no bairro Jacaraípe, na Serra, e envolveu um ônibus da linha 863 (T. Jacaraípe/ Residencial Jacaraípe via Castelândia/ Costa Dourada).

Os criminosos usaram o mesmo modus operandi do primeiro caso. Por volta das 23h, embarcaram no ônibus, sentido Enseada de Jacaraípe, e, no ponto seguinte, ordenaram que todos descessem e atearam fogo. Havia cerca de 30 passageiros, na ocasião.

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Ônibus incendiado em Jacaraípe | Foto: Internauta

Prejuízo milionário

Ainda de acordo com o GVBus, em pouco mais de 20 anos (entre 2004 e 2025), 97 ônibus do Sistema Transcol foram incendiados por criminosos, três deles em 2024, e outros quatro este ano, ficando todos completamente destruídos.

O impacto financeiro com ônibus totalmente destruídos é de R$ 77,6 milhões, levando em consideração o custo de reposição desses veículos em valores atuais – um coletivo novo custa em média R$ 800 mil. Já os micro-ônibus na média de R$ 650 mil.

“Estes prejuízos recaem em todo o sistema, especialmente nas empresas de ônibus, mas também na população. Isso porque, embora os consórcios possuam veículos reservas para garantir a operação, a destruição de um coletivo gera transtornos, já que um ônibus novo demora em média três meses para ser fabricado, além do período dos trâmites legais para que ele entre em circulação”, destaca.

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