
O Cerrado brasileiro, conhecido por sua rica biodiversidade, abriga uma joia pouco conhecida, mas de grande potencial: a cagaita. Esta fruta nativa, com seu sabor único e propriedades nutricionais impressionantes, vem ganhando destaque no cenário nacional e internacional.
Segundo dados de um estudo da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), divulgados em 2024, a cagaita apresenta compostos benéficos à saúde humana, que também são encontrados em outros frutos do Cerrado como o araticum, baru, buriti e pequi.
Este estudo, realizado em diferentes municípios da região, reforça o potencial econômico e nutricional desta fruta, abrindo caminho para sua maior valorização e aproveitamento sustentável.
O que é cagaita?
A cagaita, cientificamente conhecida como Eugenia dysenterica, é uma espécie frutífera nativa brasileira pertencente à família Myrtaceae.
Com um porte médio, sua árvore pode atingir até 10 metros de altura e se destaca por sua copa frondosa e tronco tortuoso, características típicas das árvores adaptadas ao bioma do Cerrado.
As folhas da cagaiteira são simples, opostas e de coloração verde-clara, contribuindo para a beleza da paisagem. Durante o período de floração, geralmente entre agosto e setembro, a árvore se cobre de delicadas flores brancas, que atraem diversos polinizadores.
A frutificação ocorre principalmente entre outubro e dezembro, época em que os frutos amadurecem e caem naturalmente.
A cagaiteira existe em vários estados do Brasil, incluindo Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e o Distrito Federal. Esta ampla distribuição ressalta a importância ecológica e o potencial econômico da espécie para diferentes regiões do país.
Para que serve a cagaita?
A cagaita é uma fruta versátil, com múltiplas aplicações que vão desde a culinária tradicional até a indústria alimentícia moderna. Na cultura popular do Cerrado, a cagaita é consumida in natura, apreciada por seu sabor refrescante e levemente ácido.
Além disso, é tradicionalmente utilizada na preparação de sucos, licores, geleias e sorvetes, demonstrando sua versatilidade gastronômica.
Na medicina popular, a cagaita tem sido empregada para diversos fins terapêuticos. As folhas da cagaiteira são utilizadas em infusões para tratar diarreias e problemas digestivos, enquanto a casca é aplicada em casos de diabetes e icterícia.
Essas práticas tradicionais têm despertado o interesse da comunidade científica, levando a estudos mais aprofundados sobre as propriedades medicinais da planta.
Pesquisas recentes têm corroborado muitos dos usos tradicionais da cagaita, revelando um impressionante perfil nutricional e farmacológico.
Um estudo publicado na revista “Principia“, em 2023, destacou o potencial tecnológico da cagaita, enfatizando sua riqueza em compostos bioativos como flavonoides, carotenoides e taninos.
Estes compostos são conhecidos por suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antimicrobianas, sugerindo um amplo espectro de benefícios à saúde.
Benefícios da cagaita para a saúde

Fortalecimento do sistema imunológico
A cagaita é uma excelente fonte de vitamina C, nutriente essencial para o bom funcionamento do sistema imunológico. A alta concentração desta vitamina na fruta contribui para a produção e atividade de células de defesa, ajudando o organismo a combater infecções e doenças.
Além disso, a vitamina C atua como um potente antioxidante, protegendo as células contra danos causados por radicais livres.
Propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias
Os compostos bioativos presentes na cagaita, como flavonoides e carotenoides, conferem à fruta poderosas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Estes compostos ajudam a neutralizar radicais livres no organismo, reduzindo o estresse oxidativo e a inflamação crônica.
Consequentemente, o consumo regular de cagaita pode contribuir para a prevenção de doenças crônicas, incluindo doenças cardiovasculares.
Saúde digestiva e controle glicêmico
A cagaita é rica em fibras alimentares, o que a torna uma aliada da saúde digestiva. As fibras promovem o bom funcionamento intestinal, previnem a constipação e alimentam a microbiota benéfica do intestino.
Além disso, a cagaita pode auxiliar no controle da glicemia, sendo potencialmente benéfica para pessoas com diabetes ou em risco de desenvolver a doença.
Aproveitamento da árvore da cagaita
O aproveitamento da cagaiteira vai além de seus frutos, estendendo-se a outras partes da árvore. As folhas da cagaita, por exemplo, são tradicionalmente utilizadas na medicina popular para preparar chás.
Na alimentação animal, as folhas e frutos da cagaiteira podem ser utilizados como forragem, especialmente em períodos de escassez de alimentos. Esta prática, no entanto, deve ser realizada de forma controlada e sustentável para não prejudicar a regeneração natural da espécie.
A madeira da cagaiteira, embora não seja amplamente explorada comercialmente, possui características que a tornam adequada para uso na construção civil e na fabricação de móveis rústicos.
No entanto, é crucial enfatizar a importância da preservação desta espécie nativa. O manejo sustentável dos recursos da cagaiteira é essencial para garantir sua conservação e o equilíbrio do ecossistema do Cerrado.
Além do fruto e das folhas, outras partes da cagaiteira também apresentam potencial de uso. A casca da árvore, por exemplo, contém compostos com propriedades medicinais e pode ser utilizada na produção de fitoterápicos.
A polpa da fruta, rica em antioxidantes, tem despertado interesse da indústria cosmética para o desenvolvimento de produtos para cuidados com a pele.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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