A empresa francesa de defesa Dassault Aviation manifestou disponibilidade para fornecer seus caças Rafale a países que reconsideraram a aquisição dos F-35A norte-americanos, com destaque para Portugal e Canadá. O CEO da Dassault, Eric Trappier, afirmou que a empresa está atenta à situação e pronta para oferecer suas aeronaves a nações que optem por alternativas ao F-35.
Trappier mencionou que, embora Portugal ainda não tenha formalizado um pedido, a Dassault antecipa que tal solicitação possa ocorrer nas próximas semanas ou meses. Ele ressaltou a lógica dessa parceria, considerando que Portugal é membro da União Europeia e da OTAN, o que garantiria interoperabilidade dentro da Aliança.
A iniciativa da Dassault surge em um contexto de crescente interesse por alternativas europeias em detrimento de equipamentos de defesa norte-americanos. Em 16 de março, o presidente francês Emmanuel Macron propôs substituir produtos do setor de defesa dos EUA por opções europeias, sugerindo que países que consideram adquirir sistemas como o Patriot ou o F-35 deveriam avaliar, respectivamente, o SAMP/T franco-italiano e o Rafale.
No Canadá, o novo ministro da Defesa, Bill Blair, anunciou em 15 de março que o país está revisando a compra dos F-35 devido a tensões nas relações com os Estados Unidos. Apesar de já terem sido efetuados pagamentos pelas primeiras 16 aeronaves, Blair indicou que o Canadá está considerando ativamente alternativas, incluindo o Saab Gripen sueco, e planeja dialogar com outros fabricantes.
Em Portugal, o ministro da Defesa, Nuno Melo, confirmou em 14 de março que o país desistiu da aquisição dos F-35, citando a imprevisibilidade das políticas norte-americanas e o atual cenário geopolítico. Melo enfatizou a necessidade de explorar alternativas que garantam maior previsibilidade operacional, especialmente considerando a idade avançada da frota de caças F-16 da Força Aérea Portuguesa.
Essas movimentações refletem uma tendência crescente entre países aliados dos EUA de buscar maior autonomia em suas decisões de defesa, optando por soluções europeias que ofereçam independência estratégica e operacional.
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