Deputada dos EUA propõe retirar visto de Moraes ‘até que pare de censurar’

A deputada norte-americana María Elvira Salazar, uma das vozes mais contundentes contra a censura no Congresso dos Estados Unidos, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser diretamente afetado por sanções.

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A congressista abordou o projeto No Censorship on Our Shores Act, que prevê punições a autoridades estrangeiras que promovem censura, e sugeriu que, caso a legislação seja aprovada, Moraes poderá ter seu visto revogado.

“Perfeitamente, essa lei poderia ser aplicada contra Moraes”, considera a deputada, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo nesta sexta-feira, 21. “O caso de censura promovido por Moraes é contundente. Seu visto seria revogado e, até que pare de censurar, não poderá recuperá-lo.”

Além desse projeto de lei, ela destacou que o governo dos EUA pode considerar a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro brasileiro. A legislação tem sido usada para punir líderes autoritários em países como Rússia, China e Venezuela.

“O governo dos EUA precisará estudar o caso para decidir se as ações de Moraes atingem o nível exigido pela Lei Magnitsky”, declara. “Para mim, é muito claro seu abuso ao direito de livre expressão.”

Sanção a Moraes deve servir de alerta ao STF

Salazar argumentou que uma eventual sanção a Moraes pode ter um efeito dominó dentro do próprio STF e fazer com que outros ministros se afastem do ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Se Moraes for sancionado por seu abuso à liberdade de expressão, sem dúvida, outros juízes irão recuar e abandonar a censura”, avalia. “As sanções sempre servem como advertência para aqueles que cometem os mesmos abusos do que o sancionado.”

Ela também refutou a possibilidade de que o ministro brasileiro possa ser defendido internacionalmente como um símbolo da luta contra a “desinformação”. Para a deputada, as tentativas da esquerda global de transformar Moraes em um “guardião da democracia” não devem prosperar.

Ministro Alexandre de Moraes durante sessão plenária do STF | Foto: Fellipe Sampaio /STF

“Acho muito difícil que Moraes se torne um mártir”, analisa. “Ele não tem popularidade internacional suficiente para gerar simpatia. Pelo contrário, servirá de exemplo para o mundo de que a censura não compensa.”

A congressista também destacou o Brasil como um “laboratório de censura” para o mundo e indicou que esse modelo pode ser exportado para outros países da América Latina e até mesmo para os EUA.

“O regime de censura existente hoje no Brasil é o mais avançado do mundo democrático”, classifica. “Para ver algo parecido, teríamos que olhar para Cuba ou Coreia do Norte. Esta é uma oportunidade para o mundo dizer ‘basta, chega de censura!’”

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