
O outono 2025 começa no próximo dia 20 de março, às 06h01 (horário de Brasília). Com o fim do fenômeno La Niña, a estação será marcada por dias cada vez mais secos no interior do Brasil e temperaturas mais baixas, condições típicas para o período. Segundo a previsão da Nottus Meteorologia, eventualmente podem ocorrer alguns episódios de chuva na região central do país, mesmo com a chegada do tempo seco. Além disso, as primeiras ondas de frio devem ser registradas já nas primeiras semanas da estação.
“Com o fim do La Niña, tanto o comportamento da chuva quanto da temperatura devem seguir dentro da média. Tem expectativa de alguma chuva em maio, mas é algo muito pontual, muito fraco, com chuva mais no extremo norte e na faixa leste do Nordeste, o que vai beneficiar as áreas produtoras de cana-de-açúcar”, destacou em coletiva de imprensa a sócia-executiva e meteorologista da Nottus, Desirée Brandt.
Segundo a meteorologista, a ausência de precipitações e altas temperaturas do verão têm prejudicado as áreas produtoras de café arábica entre São Paulo e Minas Gerais. Agora, a expectativa para o outono é que a possibilidade de chuva possa prejudicar a fase de maturação e colheita da cultura.
Março
O mês de março já começou sob a influência de um bloqueio atmosférico que impediu a formação de chuva sob as principais regiões produtoras e aumentou a temperatura em grande parte do país. Mas, nos últimos dias, o enfraquecimento desse bloqueio permitiu a volta gradual da chuva, especialmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
“Só que, mesmo que chova nesses próximos dias — e tem previsão de chuva —, isso não vai recuperar o que não choveu no início do mês. A chuva de março já tem um tom de despedida”, destaca Brandt.

Abril
O mês de abril será marcado pela transição do período úmido para o seco. As precipitações vão se concentrar cada vez mais nos extremos do país e diminuir gradualmente nas áreas centrais. Segundo a Nottus, não há risco de corte antecipado de chuva e ainda há expectativa de volumes acima da média.
Desirée Brandt explica que, com essa condição, a temperatura apresenta uma variação maior, com dias quentes e noites mais frescas. “Eventualmente, durante as noites pode haver formação de orvalho, o que retém um pouco mais de umidade. Isso também contribui para o desenvolvimento das lavouras e o metabolismo das plantas. Então essa umidade ainda presente em abril, atrelada à temperatura, é positiva”, detalha.
Segundo a meteorologista, essas noites e madrugadas com temperaturas mais baixas tendem a beneficiar especialmente as lavouras da segunda safra de milho.

Maio e Junho
Em maio, a chuva ganha força entre o Paraguai, Argentina e a Região Sul do Brasil, além de se tornar mais frequente na faixa leste do Nordeste e manter-se volumosa no Norte. Já no interior do país, o clima fica cada vez mais seco, como é natural para esta época do ano, com destaque para regiões do Triângulo Mineiro e Goiás.
“Alguns episódios de umidade vão favorecer o setor agrícola [em maio]. Algumas lavouras podem ter alguma umidade, o que vai ajudar a fechar as lavouras de milho segunda safra e de algodão”, destaca a meteorologista.

Junho consolidará o período seco no centro do país, enquanto a chuva ficará concentrada nas regiões Sul, Norte e faixa leste do Nordeste.

Ondas de frio no outono 2025
Com o fim do La Niña e o estabelecimento da fase de neutralidade climática nos próximos meses, o Brasil deverá ter um inverno com dias mais frios, em contraste com o ano passado, informou a Nottus. Já nas primeiras semanas do outono, com o avanço das frentes frias e aumento da nebulosidade, o ar fica mais fresco, diminuindo o calor das tardes. “Não tem mais risco de ondas de calor. Ainda teremos algumas tardes abafadas, mas gradualmente vamos observar a redução desse calor especialmente durante as tardes”, destaca a meteorologista.
Embora a previsão não indique um outono-inverno rigoroso, há expectativa de ondas de frio já a partir do início de abril. As mais intensas, com risco de geadas, devem ocorrer a partir de maio. Mas, apesar da queda nas temperaturas, a Nottus ressalta que o risco de geada em áreas agrícolas durante o outono ainda é muito baixo.

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