O pai terreno de Jesus: 5 lições de José sobre masculinidade bíblica

O pai terreno de Jesus: 5 lições de José sobre masculinidade bíblicaNa quarta-feira (19) é comemorado o Dia de São José, uma data de origem católica que celebra o pai terreno de Jesus Cristo.

Como já falei anteriormente, gosto muito dessas datas, não pelo fato da “veneração” de “santos” – já disse, também, que “santos” são todos aqueles que integram o corpo místico de Jesus, a Sua Igreja (1 Co 1.1,2) – mas porque muitas delas nos lembram dos exemplos de grandes homens de Deus que podem nos inspirar a sermos melhores cristãos.

José é um desses grandes exemplos. Talvez, depois do próprio Jesus Cristo, ele seja um dos principais exemplos da masculinidade bíblica, do que é ser um homem segundo os padrões de Deus.

Por isso, hoje, queremos refletir sobre 5 características que José nos ensina sobre a masculinidade segundo a Bíblia Sagrada.

Antes disso, vamos ler o texto da Bíblia Sagrada que nos dá base para a nossa reflexão, que está em Mateus 1.18-25:

“O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, a sua mãe, estava comprometida para casar com José. Mas, antes de se unirem, ela se achou grávida pelo Espírito Santo. José, com quem Maria estava para casar, sendo um homem justo e não querendo envergonhá-la em público, resolveu deixá-la sem que ninguém soubesse. 20Enquanto ele refletia sobre isso, eis que lhe apareceu em sonho um anjo do Senhor, dizendo:

— José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho e você porá nele o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.

Ora, tudo isto aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta:

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel.” (“Emanuel” significa: “Deus conosco”.)

Quando José despertou do sono, fez como o anjo do Senhor lhe havia ordenado e recebeu Maria por esposa. Porém não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus” (Mateus 1.18-25)

O pastor e plantador de igrejas Dustin Neeley destaca cinco pontos deste texto que destacam características da masculinidade bíblica que podem ser evidenciadas na vida de José.

  1. Homens de Deus preocupam-se com a Palavra de Deus

josé masculinidadeMateus nos diz que José era um “homem justo” (v. 19). Embora possamos ler esta frase simplesmente como “José era um sujeito bom”, a palavra aqui para “justo” descreve a postura e orientação de José para com a Lei de Deus, com a Palavra de Deus. Como devoto Judeu do primeiro século, ele se importava profundamente com o que Deus tinha a dizer sobre a vida. Traduzindo para os dias de hoje, podemos dizer que José era um homem de Deus que se importava profundamente com as Escrituras, a Bíblia Sagrada, e queria viver de acordo com ela.

Isso também poderia ser dito de nós? Somos dedicados à Palavra de Deus e a vivê-la diariamente? Se não somos, porque não somos? O que necessita ser mudado em nós para vivermos esse objetivo e começarmos a sermos homens segundo o coração de Deus?

  1. Homens de Deus estão mais preocupados com o que Deus pensa do que o que os outros pensam

A história que lemos em Mateus 1.18-25 destaca o evento incrível da concepção virginal de Maria — uma verdade que não foi abraçada por José no início.

Naquela época, para uma jovem em estado pré-nupcial como Maria, aparecer grávida durante esse período era um crime potencialmente punível com a morte (Deut. 23).

Embora as comunidades judaicas antigas nem sempre cumprissem essa lei, elas procuravam muitas vezes humilhar publicamente a adúltera.

Então, por ser um “homem justo”, José precisou ter uma resposta para a percepção da suposta “indiscrição” de Maria. Caso contrário, ele também seria visto naturalmente como culpado.

josé masculinidadeMas mesmo na presença da gravidez prematura de Maria, José a amava e não queria vê-la humilhada publicamente, mesmo que isso significasse poder ter o seu nome limpo.

Ao invés disso, ele estava disposto a suportar o peso da vergonha.

Por causa do noivado era requerido que José agisse de alguma forma diante do “suposto adultério” e a lei continha uma cláusula que permitia um “divórcio” privado (uma espécie de rompimento do noivado) em tais situações.

Esse plano de José é uma evidência do seu esforço para ser fiel a Deus e à Lei, mas de forma a ser tão gentil quanto possível com Maria. José demonstrou ao mesmo tempo amor a Deus (primeiro grande mandamento) e amor ao próximo (segundo grande mandamento). Foi fiel à verdade divina demonstrando amor ao seu semelhante – independente dos julgamentos humanos.

O mesmo poderia ser dito de nós, homens? Estamos dispostos a ficar mal vistos pela sociedade se isso significar ser fiel a Deus e salvar da vergonha um semelhante nosso? Estamos dispostos a abrir mão do nosso orgulho e até mesmo da nossa reputação por amor a Deus e amor ao próximo? Estamos dispostos a agradar a Deus e a ser fiel a Ele, mesmo que isso seja reprovável diante dos homens?

  1. Homens de Deus avançam e fazem o que é correto mesmo quando é difícil

Quando chegamos ao versículo 20, as coisas começam a se esclarecer. Um anjo aparece a José num sonho e diz a ele para não temer. Deus está por detrás daqueles acontecimentos e assim ele precisa seguir em frente e se casar com Maria.

Parece simples, mas este plano inclui a ressalva de que José deve dar nome e criar um filho que vai ser o Salvador do mundo — um filho que, de fato, não é seu.

Você consegue imaginar esta incumbência? Felizmente, diante desse imenso desafio, José toma a decisão correta. Ele aceitou a responsabilidade e o compromisso de dar nome a Jesus e a criá-lo.

Isso é o que os homens de Deus fazem. Eles avançam e fazem o correto, mesmo quando é difícil, porque no fim das contas, quem fortalece eles para vencerem os desafios é o próprio Deus. É preciso fé e confiança nEle, pois o Deus que chama é o mesmo que capacita.

Poderia o mesmo ser dito de nós? Será que, mesmo diante dos desafios, avançamos, pela graça de Deus e para a sua glória, enquanto outros recuam? Será que inspiramos esse mesmo tipo de coragem e convicção naqueles que estão sob nossos cuidados, nossas esposas, nossos nossos filhos? Será que ensinamos as nossas filhas a procurar e aguardar por este tipo de homem? 

  1. Homens de Deus seguem em frente e buscam a pureza

José fez o que Deus queria que ele fizesse, primeiro porque decidiu cumprir a Sua Palavra na Lei, depois porque obedeceu a ordem de Deus através do Anjo mensageiro.

Apesar de sabermos que Deus é soberano, não podemos ignorar a importância da responsabilidade humana.

A palavra de José foi dada. O seu “sim” foi dado para seguir como marido de Maria e para assumir a paternidade terrena de Jesus.

E ele seguiu em frente e respeitou os seus compromissos. José manteve inclusive a sua pureza sexual e a pureza sexual de Maria, até ao dia do casamento.

Desta forma, José também é um exemplo particularmente adequado para os jovens homens solteiros.

José manteve a sua pureza diante de Deus, sua pureza espiritual em ter um coração completamente rendido à vontade do Senhor e, consequentemente, pureza nas demais áreas da vida, incluindo a área sexual.

E nós, será que somos pessoas que, assim como José, se comprometem com as coisas de Deus e seguem em frente em seus compromissos? Será que buscamos a pureza e a santidade do Senhor nas diferentes áreas da vida? Será que estamos “combatendo o bom combate” em direção à santidade, que é chamado de todos os homens de Deus?

  1. Homens de Deus estão dispostos a cuidar de crianças que não são biologicamente suas

josé masculinidadeAo lermos o relato do Evangelho, lemos que Jesus é e ao mesmo tempo não é filho de José. É seu filho de criação, mas não o é biologicamente.

Vendo assim, não é um exagero pensar em Jesus como tendo sido adotado.

É plausível pensar José estava disposto a intervir e adotar aquele menino, permitindo dessa forma a ligação humana necessária para que Jesus viesse através da linhagem de Davi. Mas também para que Jesus crescesse e se desenvolvesse tendo a figura de um pai piedoso que é exemplo de santidade, um pai que era um homem segundo o coração de Deus.

Imagine a quantidade de perguntas que José suportou naquela época por ter apenas procurado cuidar desta criança.

Mas este é o tipo de coisa que homens de Deus fazem.

Assim como Deus, em toda a Escritura, demonstra um cuidado todo especial pelos órfãos, os homens de Deus, que são filhos deste Pai celestial, também têm o coração inclinado e preparado para cuidar daqueles que não têm pais. Isso, porque refletem o coração do Pai celestial em suas vidas.

E nós? Será que estamos dispostos a nos comprometer com o cuidado de crianças que não são biologicamente nossas, seja através de um cuidado temporário ou mesmo através de uma adoção?

Estamos buscando o padrão divino de masculinidade?

Essas são 5 características da masculinidade bíblica que podemos encontrar na pessoa do José, o pai terreno de Jesus: 1) ele se preocupava com a Palavra de Deus; 2) ele estava mais preocupado com o que Deus pensa do que com o que os outros pensam; 3) ele fez o que é certo, mesmo diante da adversidade; 4) ele seguiu em frente com seu compromisso e buscou pureza e 5) ele estava disposto a cuidar de uma criança que não era biologicamente sua.

Será que, assim como José, estamos buscando o padrão santo de Deus para nossas vidas, ou estamos nos deixando ser levados por definições mundanas do que é ser homem?

Essa é a reflexão que deixo a você hoje, querido leitor do Fé Pública. Que Deus possa continuar ministrando a Sua verdade ao seu coração e que o Espírito Santo realize a obra de santidade em sua vida para que sejamos homens segundo o coração de Deus, assim como foi José.

Vamos finalizar o Fé Pública de hoje ouvindo Projeto Sola, com a maravilhosa música Êxodo.

Que você continue a ter uma terça-feira abençoada na presença maravilhosa do Senhor Jesus Cristo! Que o amor de Deus, a graça de Jesus e a comunhão do Espírito sejam contigo.

Até a próxima sexta-feira com mais um Fé Pública.

 

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