O CEO da Bombardier alertou para a possibilidade de represálias dos Estados Unidos caso o governo canadense decida cancelar o acordo de aquisição de jatos F-35, em um cenário que pode abalar as relações comerciais e estratégicas no setor aeroespacial.
Em declarações à Reuters, o executivo destacou que a continuidade do negócio é fundamental para garantir a estabilidade da empresa e preservar sua posição no competitivo mercado global de aviação. Segundo ele, a suspensão do acordo não apenas afetaria as perspectivas financeiras da Bombardier, mas também poderia levar os EUA a adotarem medidas contra a empresa.
Em outubro de 2024, a Bombardier, sediada em Montreal, anunciou a entrega de um oitavo jato E-11A BACN para a Força Aérea dos Estados Unidos como parte de um acordo com um valor potencial de US$ 465 milhões. A aeronave carrega plataformas de comunicação especializadas.
A preocupação se intensifica diante do contexto político e econômico atual, em que tensões geopolíticas e disputas comerciais têm sido uma constante. O executivo afirmou que, se o Canadá desistir do acordo, os Estados Unidos poderiam aproveitar a oportunidade para impor restrições ou sanções que penalizariam diretamente a fabricante canadense.
Analistas do setor reforçam que um movimento desse tipo teria efeitos em cadeia, prejudicando não só a Bombardier, mas também a cadeia de suprimentos e a competitividade dos jatos produzidos pela empresa no mercado internacional. A incerteza gerada por uma possível retirada do acordo aumenta o risco de instabilidade em um momento crucial para a indústria aeroespacial.
Do lado do governo canadense, a decisão sobre o futuro do acordo com a Bombardier permanece em aberto. Autoridades afirmam que a avaliação envolve uma série de fatores, incluindo o interesse nacional e as implicações para a segurança econômica e industrial do país.
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