
A área plantada de trigo pela cooperativa Castrolanda em São Paulo deve chegar a 4.967 hectares na safra 2025, representando uma redução de quase 20% em relação à safra anterior.
Segundo a estimativa apresentada nesta quinta-feira, 13, durante reunião da Câmara Setorial do Trigo do estado de São Paulo, caso a produtividade atinja a meta de 3,6 toneladas por hectare, a cooperativa pode alcançar 18 mil toneladas de trigo no estado. No Paraná, a projeção é de 13 mil hectares, com expectativa de produção de cerca de 50 mil toneladas.
Conforme José Reinaldo Oliveira, que atua nas operações de mercados da Castrolanda e é vice-presidente da Câmara Setorial, nos últimos anos, se observa uma migração da área de trigo em São Paulo para outras culturas. “Pelo preço que está sendo comercializado e pela perspectiva do mercado, tanto interno quanto internacional, além da boa exportação que teve no ano passado, o milho safrinha tem sido uma aposta do produtor”, afirmou Oliveira, durante sua apresentação. Além dessa cultura, os agricultores paulistas têm indicado uma migração para o triticale, sorgo e aveia.
Custo de produção
Outro fator que pesa na decisão do produtor é o custo de produção. Apesar do cenário internacional mostrar baixa oferta do cereal, o que resultaria em elevação dos preços, os custos da produção de trigo continuam elevados, especialmente para produtores ligados a cooperativas, que exigem um nível maior de investimento em qualidade.
De acordo com dados da Castrolanda, o custo médio por hectare está em torno de R$ 5.400, com uma produtividade estimada de 3,2 toneladas por hectare. Se o preço do trigo ficar na faixa de R$ 1.400 por tonelada, o retorno financeiro pode ser negativo, com perda de aproximadamente R$ 950 por hectare.
“Conversando com alguns produtores, eles relatam que, nos últimos cinco anos, apenas uma safra teve condições ideais para a cultura do trigo, enquanto os demais foram afetados por seca, chuvas excessivas ou geadas severas”, relata o vice-presidente da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo.
Os desafios da cadeia de trigo estão refletidos no ritmo de comercialização de sementes para a safra que se aproxima. Em comparação com 2024, quando 60% das sementes já estavam vendidas nesta época do ano, em 2025 o volume está em somente 30%. “Esse dado reflete a cautela dos produtores, que aguardam melhores definições de mercado antes de tomar suas decisões”, pontua Reinaldo.
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