ChatGPT do Agro: startup brasileira avança com projeto para automação de dados

Foto: Sabrina Nascimento

A startup brasileira Psyche Aerospace promete revolucionar o setor agrícola com sua proposta de automação total do campo. Nesta terça-feira, 28, a empresa apresentou o projeto “Turing”, apelidado por seus criadores de ChatGPT do Agro. 

Durante o evento, que marcou a segunda rodada de captação de recursos da startup, produtores rurais e potenciais investidores acompanharam os detalhes da plataforma. Ela combina inteligência artificial, monitoramento de drones, robôs de solo e um aplicativo central de análise. Esses dispositivos serão integrados ao sistema Turing, fornecendo dados precisos e personalizados para os produtores. A plataforma também será abastecida com dados públicos, como da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Queremos que o Turing seja um marco de inovação disruptiva no agro. É um projeto que combina sustentabilidade, eficiência e tecnologia de ponta para colocar o Brasil na vanguarda da agricultura digital”, afirmou Gabriel Leal, CEO da Psyche Aerospace, um jovem baiano de 24 anos.

O sistema funciona por meio de um aplicativo disponível em lojas virtuais. Para acessar, é necessário realizar um cadastro. Após o registro, o produtor receberá um aviso quando uma base operacional for instalada em sua região. 

Segundo Leal, o Turing será gratuito a todos os produtores rurais, mas terá um custo para empresas dos demais elos da cadeia agropecuária. Inicialmente, esse valor será de R$ 1,50 por hectare ao mês. Já o modelo Enterprise, que oferece exclusividade regional, terá planos personalizados com taxas de setup — cobradas inicialmente para a configuração inicial de um serviço — que variam entre R$ 18 milhões e R$ 54 milhões, dependendo do número de bases contratadas.

“Nosso objetivo é criar uma cadeia virtuosa que começa no produtor rural. Ao melhorar a eficiência e a produtividade do campo, todos os elos do agronegócio se beneficiam, gerando mais sustentabilidade e rentabilidade para o setor”, explicou Matheus Pedroso, diretor de operações da Psyche Aerospace, durante o evento.

Nova fábrica para escalonamento da produção

Com a segunda rodada de negócios aberta, a expectativa da Psyche Aerospace é arrecadar R$ 50 milhões para a construção de uma fábrica de 100 mil metros que deve escalar sua produção de equipamentos autônomos. O local ainda não foi definido, mas três cidades do interior de São Paulo estão em avaliação: Campinas, Cajamar e Itupeva.

As tecnologias que estão em fase de testes, mas devem ter a produção escalada são:

  • Harpia P-71: considerado o maior drone agrícola do mundo, focado em pulverização e aplicação de sólidos 
  • Harpia Hexa: destinado à pulverização e aplicação de sólidos
  • Sabiá: drone de asa fixa para o mapeamento área e coleta de dados
  • Carcará: drone de asa fixa utilizado para o monitoramento e identificação de possíveis incêndios, infrações e ocorrências no campo
  • Tatu: robô de coleta de dados e amostras de solo
  • Golias: robô que realiza análises de espectro, permitindo a detecção de patógenos nas culturas, através das folha 

“O objetivo é fabricar três drones de globalização por dia. Mais ou menos uns três Sabiás, drones de mapeamento por dia. Um drone de monitoramento por dia, que é o Carcará, além de cinco rovers Tatu e três rovers Lourinhas”, estimou o CEO da Psyche Aerospace. 

Atualmente, a empresa conta com uma fábrica em São José dos Campos (SP), frequentemente nomeado de Vale do Silício brasileiro, porém, a capacidade de fabricação é de um drone a cada três dias. Para colocar o plano em prática, a startup aeroespacial brasileira aguarda as autorizações dos órgãos de fiscalização.

“Isso já está sendo executado pelo nosso time. Nós estamos passando por todas as etapas do processo de certificação”, ressaltou Victor Hespanha, sócio da Psyche Aerospace. Ele pontuou que, embora a certificação seja um requisito fundamental, o projeto de construção da nova fábrica será desenvolvido paralelamente ao processo regulatório.

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