Carro usado: 10 fatos sobre a Fiat Doblò 7 lugares

Ninguém é neutro quando se trata da Fiat Doblò 7 lugares. A multivan – ou mini-furgão – tem um dos visuais mais esquisitos e um dos desenhos mais controversos da história da indústria automotiva. Porém, é um carro extremamente espaçoso, versátil e funcional.

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Esses são alguns dos fatos que explicam a existência da Fiat Doblò 7 lugares. E que justificam o modelo ser uma opção de carro usado nos dias atuais. Especialmente para famílias numerosas e até para quem precisa de um veículo para algum trabalho específico, já que cabe bastante coisa no carro.

FIAT DOBLO PRATA FRENTE LATERAL MOVIMENTO
Teto elevado e portas laterais corrediças fazem da Doblò um carro prático para quem precisa de espaço interno amplo

Veja agora 10 fatos sobre a Fiat Doblò 7 lugares.

Trajetória

A Fiat Doblò foi lançada em 2001 em configurações de 5 e 7 lugares e com opções de motores 1.3 16V e 1.6 16V. Em 2023 a multivan foi mais uma a se juntar à gama Adventure da marca italiana (já composta por Palio e Strada), com amortecedores reforçados, maior distância do solo, pneus de uso misto e muitos apliques off-road.

Em 2004 o conjunto 1.6 da Fiat Doblò foi substituído pelo 1.8 8V de origem General Motors. Dois anos depois e após a série Estrada Real, a gama do modelo feito em Betim (MG) abandonou também o 1.3, enquanto o motor GM passou a ser flex.

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Doblò estreou nos anos 2000, num momento em que minivans e monovolumes tinham grande apelo de mercado

A Fiat Doblò se consolidou como uma boa opção de carro 7 lugares ao longo dos anos, experimentou mais uma série (Original) e as opções aventureiras passaram a ser equipadas com o bloqueio eletrônico do diferencial dianteiro, chamado de Locker.

Em novembro de 2009, um fato curioso: na mesma semana em que a Fiat do Brasil mostrava a Doblò reestilizada, na Europa a fabricante estreou a novíssima geração do veículo. Bem, além da atualização no design, a nossa multivan também ganhou opção mais barata, com motor 1.4.

A partir de 2010, as Fiat Doblò de 7 lugares trocaram o motor GM pelo 1.8 16V E.torQ. Ao longo da década, o modelo alterou a nomenclatura das versões, ganhou séries especiais (Xingu e Extreme) e experimentou a ida e a volta da opção furgão.

Nos últimos anos de vida passou a ser oferecida em poucas configurações e praticamente só entrava em produção quando surgia uma grande demanda de frotistas por meio de vendas diretas. Deixou de ser produzida em 2021 com mais de 160 mil unidades emplacadas no Brasil.

“A” Doblò ou “o” Doblò?

FIAT DOBLO ADVENTURE LATERAL PRATA PORTA ABERTA
Portas corrediças facilitam o embarque, principalmente em via urbanas apertadas

Sem discussão de gênero, mas com discussão de categoria. Vamos tratar nesse conteúdo a Doblò no feminino, pois ela é classificada como uma multivan compacta, tal como Citroën Berlingo, Renault Kangoo e Peugeot Partner. Muitos no mercado também a consideram uma minivan.

Porém, não está errado em chamar a Fiat Doblò de um mini-furgão. Ou mesmo de monocab, como a Fenabrave a classificava, apesar de ela não ter carroceria monovolume como minivan como Idea, Citroën Xsara Picasso e Chevrolet Meriva.

Pioneira em reality shows

A Fiat Doblò protagonizou um fato curioso. No fim de 2021 Silvia Santos deu uma “rasteira” na Globo e começou a exibir o “Casa dos Artistas”. O reality-show acompanhava artistas trancafiados, como Supla, Alexandre Frota e Mari Alexandre, em uma mansão.

Mesmo formato que o “Big Brother”, programa da Endemol que hoje é famoso, mas o qual a Globo já tinha adquirido os direitos de transmissão e produção no Brasil. Só que, naquele começo do século, o reality estava engavetado na emissora. O SBT não quis nem saber e fez sua versão com celebridades.

FIAT DOBLO ADVENTURE VERDE FRENTE
Doblò foi uma das personagens do Big Brother e foi dada como prêmio no reality show

Isso tudo para contextualizar que o “Casa dos Artistas” foi um estrondoso sucesso da TV brasileira. A Fiat não perdeu tempo e investiu em inserções nos intervalos do episódio final do programa. Por fim, ofereceu à vencedora Bárbara Paz e para cada um dos outros quatro finalistas uma Fiat Doblò novinha em folha.

No programa “Hebe” que reuniu todos os participantes após o fim do programa, porém, a Fiat teve de desenrolar outras unidades do carro. Isso porque os outros sete participantes do “Casa dos Artistas” começaram a chorar, ao vivo, querendo uma Doblò na frente de um executivo da empresa.

Ao ponto de pularem o palco gritando o nome do carro. Depois da bizarra cena, todos foram contemplados. E até a saudosa apresentadora Hebe Camargo ganhou uma Fiat Doblò. Se serviu de consolo, à época a montadora disse que o retorno em vendas foi estrondoso, a ponto de ter de mudar os planos de produção em Betim.

Espaço absurdo da Fiat Doblò

A Fiat Doblò de 7 lugares não chegou a participar de qualquer prova como hoje ocorre à exaustão no “Big Brother”. Mas também não teria graça se 12 participantes tivessem de se acomodar lá dentro. A cabine da multivan é muito espaçosa e acomoda bem cada um dos sete passageiros.

FIAT DOBLO INTERIOR TERCEIRA FILEIRA
Espaço interno farto e opção de sete lugares fazem da Doblò uma opção para quem precisa de espaço e não pode gastar muito

Na frente, motorista tem posição alta de dirigir como em uma van e console com o câmbio manual elevado, o que facilita a ergonomia. Boa parte dos comandos estão à mão e sobra espaço para pernas, cabeça, joelhos e ombros.

Na fila do meio, mais espaço de sobra. Três adultos altos não terão qualquer problema para se acomodar. E mesmo os bancos extras lá de trás não são daqueles indicados apenas para crianças.

FIAT DOBLO ADVENTURE PAINEL QUADRO DE INSTRUMENTO INTERIOR
Plásticos duros predominam no acabamento da Fiat Doblò

O acabamento interno, em contrapartida, é ruim, com muito plástico de qualidade questionável. Além disso, o isolamento acústico é falho e a própria concepção quadradona, pesada e alta da Fiat Doblò não favorece: o carro sacode muito em buracos.

A versatilidade do Doblò 7 lugares

Além da ampla cabine, a Fiat Doblò de 7 lugares é funcional. Neste caso, não falamos só dos bancos extras da terceira fila. O modelo tem uma infinidade de porta- objetos, um porta-treco no teto que acomoda até mochilas e portas laterais deslizantes com fácil acesso.

Já o desempenho e dinâmica…

Pesada e aerodinamicamente desfavorável, a Fiat Doblò já padecia com os motores 1.3 e 1.6, e mesmo com o primeiro 1.8 8V. Com o 1.4 – que foi lançado junto com a linha 2010 na reestilização -, a performance da multivan requer muita, mas muita, paciência.

FIAT DOBLO ADVENTURE VERDE FRENTE E LATERAL MOVIMENTO
Versão com motor 1.8 entregava boa performance, mas longe de ser a opção mais eficiente

Por isso, vamos focar no desempenho da Fiat Doblò 7 lugares com o 1.8 16V da família E.torQ. A potência de 132 cv com etanol e 130 cv, com gasolina, até consegue ser feliz para mover os mais de 1.400 kg do mini-furgão. Mas é preciso esticar bem as primeiras marchas do câmbio manual e se contentar com um 0 a 100 km/h em quase 13 segundos.

Se estiver na estrada, fique atento na hora das ultrapassagens. Também é preciso recorrer ao câmbio e reduzir bem as marchas para as retomadas. Ainda mais que o torque máximo de 18,9 kgfm com etanol e 18,4 kgfm, com gasolina, só se apresenta firmemente nas 4.500 rpm.

Claro que esse conjunto interfere no consumo. Ainda mais que o 1.8 E.torQ já está longe de ser referência em eficiência. A Fiat Doblò 7 lugares 1.8 é beberrona e as médias urbanas ficam pouco acima dos 6 km/l com etanol e oscilam em 9 km/l, com gasolina.

Ainda tem a questão da dinâmica. Nas curvas não dá para abusar, pois nem essa é a proposta da Doblò, e a altura e o estilo caixotinho fazem o carro torcer muito. Em velocidades acima dos 90 km/h a direção pede correções e fica muito imprecisa.

Dica de versão

Se é é para ter uma Fiat Doblò de 7 lugares vamos com a opção Adventure ano 2018, para chamar a atenção mesmo. Ela vem com aqueles apliques jipeiros da linha aventureira, tais como faróis de longo alcance, molduras de plástico no para-choque e nos para-lamas, rodas de liga leve, bagageiro no teto, grade cromada e estribos laterais.

FIAT DOBLO ADVENTURE PRATA LATERAL TRASEIRA
Versão Adventure de sete lugares é a nossa recomendação de escolha

Mecanicamente, recebe amortecedores reforçados, pneus de uso misto 205/70 R15 e suspensão elevada. Entre os itens de segurança, os obrigatórios freios ABS e airbags frontais e sensor de ré, apenas. Ao menos há cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os ocupantes.

Ar-condicionado, trio elétrico, direção assistida, bancos rebatíveis, descansa-braço dianteiro, limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro, volante multifuncional revestido de couro e som com CD player, Bluetooth e USB completam a lista.

Fique de olho pois há alguns exemplares usados da Fiat Doblò de 7 lugares com os acessórios Mopar oferecidos na época. Um dos mais comprados era a central multimídia com câmera de ré.

Veja os preços da Fiat Doblò 7 lugares na versão Adventure 1.8 2018 pelo site da KBB Brasil:

  • Preço de Loja: R$ 66.553 – R$ 71.277
  • Preço de Particular: R$ 59.797 – R$ 64.250
  • Preço de Troca: R$ 48.811 – R$ 53.738

*valores apurados na segunda quinzena de janeiro de 2025

Teve versão para carga e série Xingu

A versatilidade da Doblò pode ser reafirmada pela versão Cargo, lançada em 2003. Realmente um furgãozinho, começou com o motor 1.3 16V e ganhou a companhia do 1.8 8V. Tem 620 kg de capacidade de carga e compartimento para até 3.200 litros.

Em 2016, a configuração proletária da multivan deixou de ser oferecida. Voltou em 2020 com propulsor 1.8 E.torQ e mais equipamentos. Mas saiu de linha um pouco antes das versões para passageiros.

Porém, a faceta mais legal da Fiat Doblò foi a edição Xingu, baseada na Adventure e lançada em 2012. A série foi uma homenagem ao filme de mesmo nome dirigido por Cao Hamburger, que conta a história da criação do Parque Nacional do Xingu.

Entre os itens exclusivos, adesivos laterais e na traseira com pinturas em alusão aos povos originários retratados no longa-metragem. Dentro, bancos bordados com o nome da série especial. Quem comprava o carro ganhava, ainda, mochila, lanterna, caderno e amuleto personalizados.

Manutenção

O conjunto mecânico 1.8 16V tem peças fáceis de achar e geralmente não é de dar problemas. Mas os componentes de suspensão e as peças externas da Fiat Doblò 7 lugares na versão Adventure não são baratos.

Preços de peças da Fiat Doblò 7 lugares Adventure 1.8 16V ano 2018:

  • Jogo com 4 pastilhas de freio dianteiro: de R$ 100 a R$ 140
  • Kit com 4 velas de ignição: de R$ 60 a R$ 110
  • Kit troca de óleo (4 litros 5W30 + filtro): de R$ 180 a R$ 260
  • Bomba de combustível: de R$ 200 a R$ 370
  • Jogo de amortecedores traseiros: de R$ 800 a R$ 1.000 (par)
  • Farol dianteiro: de R$ 300 a R$ 500
  • Para-choque traseiro: de R$ 1.300 a R$ 1.800

Principais problemas

A Fiat Doblò costuma apresentar problemas frequentes no conjunto de embreagem e no sistema de arrefecimento, de acordo com depoimentos coletados no site do Reclame Aqui e em fóruns de discussão de proprietários do mini-furgão.

Fique atento às portas laterais corrediças, se estão funcionando corretamente. E também a sinais de infiltração na cabine e nos faróis e lanternas.

Recalls

  • para troca dos airbags de carros fabricados de 2013 a 2018
  • para substituição da engrenagem em modelos feitos entre 2012 e 2014
  • para troca do alternador em veículos produzidos em 2016 e 2017
  • para substituição da bobina da ignição em unidades 2016 e 2017 da Fiat Doblò 7 lugares
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