Tarcísio anuncia R$ 228 milhões para combate à dengue em São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou, nesta quinta-feira, 24, a liberação de R$ 228 milhões aos municípios do Estado para a elaboração de ações contra as arboviroses neste ano, com foco na dengue. Em 2024, o repasse foi de R$ 200 milhões. 

A gestão estadual aposta na vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, que ainda aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para o controle da doença a partir de 2026. Até lá, Tarcísio defende repetir as estratégias adotadas no ano passado, quando a dengue atingiu níveis recordes e causou superlotação em hospitais e postos de saúde. 

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Durante o encontro com secretários municipais de Saúde, também foi anunciada a criação de um Centro de Operações de Emergência, com o objetivo de monitorar e conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti.


Atualmente, a única vacina contra a dengue disponível é a Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda. Com produção limitada, a vacina é oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS), apenas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, o grupo mais vulnerável a internações, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Na rede privada, a Qdenga está disponível para pessoas de 4 a 60 anos, mas a oferta também é restrita. 

O Instituto Butantan estima uma produção de um milhão de doses de sua vacina contra a dengue já em 2025, de acordo com o diretor do instituto, Ésper Kallás. Os testes mostraram uma eficácia de 79,6% em casos sintomáticos e 89% em casos graves. 

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Fachada do edifício-sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No entanto, é necessário aguardar a aprovação da Anvisa para que a vacinação com o imunizante do Butantan comece em 2026.

O instituto igualmente aguarda autorização da Anvisa para iniciar testes clínicos com a população acima de 60 anos, o que deve acontecer nos próximos meses. A segurança do imunizante já foi atestada para pessoas de 2 a 59 anos.

Enquanto isso, o governador de São Paulo defende a intensificação do combate ao mosquito transmissor. “Nós temos que trabalhar no combate ao vetor”, diz Tarcísio. O plano inclui o envio de repelentes e inseticidas aos municípios, além de campanhas de capacitação de agentes de saúde e conscientização sobre o descarte de água parada.

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Cobertura vacinal contra a dengue é baixa em São Paulo

De acordo com o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, a Qdenga foi disponibilizada em apenas 391 dos 645 municípios paulistas, devido ao recorte de faixa etária, o que pode explicar a baixa cobertura vacinal. Até janeiro de 2025, apenas 25% do público-alvo havia sido vacinado em São Paulo. 

“Tem cidades vizinhas uma da outra, a 4 quilômetros de distância, em que uma tem vacina, e a outra não tem”, disse Paiva. “O aluno de uma rede foi vacinado, o coleguinha dele, em outra, não.” Essa contrainformação acabou por não beneficiar a vacinação, completou o secretário.

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Desde o início de janeiro, 31 municípios paulistas decretaram emergência devido ao aumento dos casos de dengue, segundo a Secretaria da Saúde. Já são seis mortes confirmadas e mais de 20 mil infecções. Em 2024, mais de dois milhões de pessoas foram diagnosticadas com dengue no Estado. 

De acordo com Tarcísio, a preocupação neste ano é com a circulação do sorotipo 3 do vírus, que está associado a casos mais graves da doença. “Muitas pessoas tiveram dengue no ano passado, e a repetição favorece o desenvolvimento de uma dengue grave”, alertou o governador.

Conforme informações da Agência Fapesp, um estudo clínico da vacina Butantan-DV comprovou a eficácia do imunizante contra os sorotipos 1 e 2 do vírus, e testes adicionais em laboratório indicam que ele também pode ser eficaz contra os tipos 3 e 4.

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