Lula e ministros discutem medidas para baratear alimentos

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discute o preço dos alimentos em reunião com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; e da Casa Civil, Rui Costa.

Ao Agro Estadão, o ministro Paulo Teixeira disse que “os anúncios dependem do que o chefe do Executivo decidir”. Segundo ele, o governo vai estimular o aumento da produção e a comercialização de carnes e tentar controlar o câmbio para baratear o preço dos alimentos no Brasil. 

“Os alimentos que aumentaram o preço são commodities vinculadas à importação. Aumentou o preço da carne, do café, do açúcar. Os outros alimentos estão adequados. Tem uma boa produção de soja; vai aumentar a produção de arroz e de feijão”, ressalta.  

Depois de uma reunião no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, 23, sobre o aumento dos preços dos alimentos, o ministro Paulo Teixeira disse aos jornalistas que o governo não cogita alterar o sistema de datas de validade dos alimentos para reduzir os preços desses produtos, uma demanda do setor de supermercados.

A discussão desta quinta-feira envolveu, além de Paulo Teixeira, os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, da Casa Civil, Rui Costa, e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello. 

Governo não vai impor medidas artificiais

O aumento dos preços dos alimentos ganhou mais atenção da cúpula do governo nos últimos dias. Na última quarta-feira, 22, durante o programa “Bom dia, ministro”, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, usou a palavra “intervenções” para se referir a medidas destinadas a reduzir o preço dos alimentos. O termo gerou um ruído de comunicação para o mercado pela possibilidade do governo impor medidas artificiais para baratear os alimentos, como taxar as exportações ou controlar os preços agrícolas.

À reportagem, o ministro Paulo Teixeira negou categoricamente qualquer intenção do governo de impor tais medidas, afirmando que “o presidente Lula afastou [essa possibilidade] desde o primeiro dia”.

No site da Casa Civil, a reportagem sobre a participação do ministro Rui Costa no  programa de entrevistas substitui o termo ‘intervenções’ por “‘ações’, que sinalizem para o barateamento dos alimentos”. 

Questionada pela reportagem sobre quais ações seriam essas, a assessoria da Casa Civil respondeu em nota que “as medidas serão avaliadas e construídas em reuniões com os ministérios e outros órgãos governamentais, com a garantia da participação de produtores e associações”.

A equipe do Agro Estadão entrou em contato com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Ministério da Fazenda e a Conab para saber quais seriam as possíveis soluções para o barateamento dos alimentos, mas ainda não obteve respostas até o fechamento da reportagem.

Preços elevados

Um dos setores que mais tem pesado no bolso dos brasileiros, o mercado pecuário está com preços firmes neste início de ano. Na quarta-feira, 22, as cotações no indicador Cepea/B3, base São Paulo, acumulavam alta de 3,07%, com a média de R$ 327,15 a arroba. 

Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, um dos principais fatores de suporte ao mercado pecuário brasileiro são as exportações. “O Brasil segue vendendo grandes volumes de carne no mercado internacional, uma agressividade impressionante, nunca vendemos tanta carne assim, e isso vai fazendo muita diferença como ponto de suporte aos preços da arroba do boi gordo”, explica. 

O café deve permanecer com preços elevados em 2025, aponta o Cepea. Segundo os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as projeções de curto prazo não indicam aumentos expressivos de produção. Além disso, os estoques estão apertados e a demanda internacional pela bebida continua firme. 

Já o preço do açúcar cristal branco caiu no mercado spot de São Paulo na última semana. O Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, encerrou a R$ 152,80/saca de 50 kg na sexta-feira, 17. Segundo pesquisadores do Cepea, a redução no valor das ofertas pelas usinas e a pressão nas cotações domésticas, se devem a alguns fatores, além da busca de compradores por preços mais baixos. Eles destacam também a queda nas cotações internacionais do demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures), que retornaram ao patamar dos 18 centavos por libra-peso, pressionando as cotações domésticas do açúcar.

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