‘Condomínio do tráfico’: força-tarefa retoma demolições de imóveis no Parque União, na Maré; protesto afeta BRT


Moradores fecharam a Avenida Brigadeiro Trompowski, na altura do BRT da Maré, sentido Ilha do Governador, e atearam fogo a objetos. Via foi fechada, e serviços do BRT, interrompidos. Passageiros deixam um BRT durante protesto na Maré
Reprodução
As polícias Civil e Militar e a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) retomaram nesta segunda-feira (19) as demolições de imóveis erguidos pelo tráfico de drogas no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Na última semana, uma operação conjunta para derrubar um “condomínio do tráfico” no Parque União encontrou um quadriplex de luxo às margens da Avenida Brasil.
Nesta segunda, os policiais encontraram na Maré uma carga que havia sido roubada. O material foi recuperado e será levado para a 21ª DP (Bonsucesso).
Por conta das novas demolições, moradores fecharam a Avenida Brigadeiro Trompowski, na altura do BRT da Maré, sentido Ilha do Governador, e atearam fogo a objetos.
Blindados patrulham acessos à Maré na Avenida Brasil
Reprodução/TV Globo
Um articulado teve o para-brisa destruído, e os passageiros precisaram abandonar o coletivo às pressas.
A MOBI-Rio informou que devido à manifestação na região da Maré, por motivo de segurança, os serviços 90 (Fundão-Gentileza) e o serviço especial TIG-GIG foram interrompidos, e o serviço 42 (Manaceia-Galeão) operava até a estação Santa Luzia.
Lavagem de dinheiro do comércio de drogas
Segundo a Polícia Civil, esta é a 3ª fase da operação. Na última, os agentes demoliram uma mansão do tráfico que tinha acabamento em mármore, uma piscina com cascata e uma banheira de hidromassagem (veja abaixo).
Força-tarefa derruba imóvel de luxo do tráfico na Maré
O “condomínio”, no Parque União, foi mostrado em outubro do ano passado pelo RJ2. Na ocasião, a reportagem mostrou que o Comando Vermelho (CV) adotou uma prática da milícia e passou a usar a especulação imobiliária para lavar dinheiro das atividades criminosas. A venda das casas, à época recém-construídas, é uma forma de circular esse capital.
As investigações apontam que a comunidade do Parque União vem sendo utilizada há anos, por meio da construção e abertura de empreendimentos, para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Os agentes apuraram a participação de funcionários associação de moradores no esquema.
A comunidade tem como chefe o traficante Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga. Ele tem 86 anotações criminais e ⁠figura como autor em 175 inquéritos policiais. Participa ativamente das decisões que determinam o rumo do CV, como invasões de territórios rivais para expansão dos domínios e exploração ilegal econômica.

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