Com 154 mortes por afogamento no ES, pediatra dá dicas de cuidados

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de óbitos no país por afogamento supera 6,5 mil casos ao ano e, entre as crianças, é considerada uma das principais causas de morte na faixa etária de zero a quatro anos. Dados do Espírito Santo dão conta que em todo ano passado foram registradas 154 mortes por afogamento.

Dados do Boletim Epidemiológico de Afogamentos no Brasil, divulgados pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBASA- 2024), mostram que 50% dos casos ocorrem dentro de casa em locais como piscinas, baldes, bacias e banheiras. Até mesmo o tanque de lavar roupas pode ser um espaço propício para aumentar o índice de acidentes com crianças e 45% desses afogamentos ocorrem no período de verão.

Devido às férias escolares e ao clima, as crianças tendem a passar mais tempo nas praias, piscinas ou até mesmo brincando com água em baldes, tanques, bacias e, por esse motivo, o cuidado deve ser redobrado.

A pediatra Caroline Peev explica que “a vigilância com bebês e crianças é essencial, já que esse tipo de acidente costuma acontecer de maneira silenciosa e rápida. Elas não têm noção dos riscos e por isso, além de usar os protetores básicos como boias e salva vidas, é importante que sempre haja um adulto por perto”.

“A morte por afogamento ocorre por asfixia, causada pela aspiração de líquido que compromete as vias aéreas, como a traqueia e os brônquios, e impede a troca de gases nos pulmões. Uma criança pode perder a consciência em cerca de dois minutos devido à falta de oxigênio, e os danos cerebrais começam a surgir logo em seguida’, explica a pediatra”.

A especialista explica que caso o acidente já tenha acontecido, o socorro deve ser imediato, evitando possíveis consequências graves como o risco de sequelas neurológicas, diminuição da coordenação motora, convulsões e até mesmo morte.

“O melhor é sempre prevenir, mas caso já tenha acontecido, é importante retirar a criança da água imediatamente, averiguar se ela está consciente. Caso esteja inconsciente, ligar para a emergência e iniciar a massagem cardíaca e respiração boca a boca até a equipe de socorristas chegar”, conclui a pediatra.

Para ajudar os pais, a pediatra fala sobre algumas dicas para evitar afogamento de crianças em casa:

– alguns espaços como áreas de serviço, banheiros, quintais com piscinas devem ter acesso restrito;

– evite deixar bacias, baldes ou piscinas infantis com água enquanto não estiverem sendo usadas;

– nunca deixe crianças sozinhas, principalmente dentro ou próximas da água, mesmo no banho;

– evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina para que elas não queiram brincar na água;

– não esquecer de colocar as boias apropriadas para a idade da criança, quando em uso das piscinas.

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