Safra de café encerra 2024 com 54,2 milhões de sacas

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A safra brasileira de café 2024 encerrou com uma produção de 54,2 milhões de sacas de 60 kg. É o que mostra a estimativa do 4º e último levantamento para a cultura da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O resultado é 1,6% menor que o volume produzido na safra de 2023. Já na comparação com 2022, houve um aumento de 3,3 milhões de sacas. 

Em 2024, a área total destinada à cafeicultura no país foi de 2,23 milhões de hectares, sendo 1,88 milhão de hectares com lavouras em produção e 353,6 mil hectares em formação. A produtividade média nacional de café foi de 28,8 sacas por hectare, 1,9% abaixo do registrado na safra de 2023.

Na avaliação dos técnicos da Conab, as condições climáticas foram desafiadoras para o setor cafeeiro nos últimos quatro anos, com geadas, restrição hídrica e altas temperaturas. O clima adverso registrado no ano passado e no final de 2023 trouxe impactos para importantes regiões produtoras do grão, influenciando negativamente na produtividade média das lavouras. 

Mesmo com recuo, Minas é o maior estado produtor de café

Minas Gerais continua sendo o maior estado produtor de café do país, responsável por 52% da produção nacional. Mas, em 2024, a colheita mineira teve um recuo de 3,1% e garantiu 28,1 milhões de sacas de café. Segundo a Conab, essa redução se deve às estiagens acompanhadas por altas temperaturas durante o ciclo das lavouras. 

Além disso, a partir de abril, as condições climáticas ficaram ainda menos favoráveis, quando as chuvas praticamente cessaram em todo o estado, com registros de precipitações pontuais e de baixos volumes.

Arábica e conilon

A produtividade média do café arábica teve um incremento sutil de 0,2% devido às adversidades climáticas durante o desenvolvimento das lavouras, principalmente, em Minas Gerais. Com isso, a produção total foi de 39,6 milhões de sacas do grão beneficiado, um aumento de 1,8% em relação à safra passada. 

Já para o conilon, a Conab estima redução de 5,9% na produtividade média, o que resulta em uma safra de 14,6 milhões de sacas colhidas. Apenas no Espírito Santo, a produção atingiu 9,8 milhões de sacas, queda de 3,1% em relação ao volume obtido em 2023. 

Apesar do ciclo no estado capixaba ter apresentado um potencial produtivo muito bom no início, as condições climáticas entre outubro e dezembro de 2023, com episódios de ondas de calor intensas, geraram uma quebra deste potencial na safra de 2024. 

Outro importante produtor de conilon, Rondônia registrou uma safra de pouco mais de 2 milhões de sacas de café, 31,2% abaixo do resultado obtido na safra anterior. Assim como no Espírito Santo, o clima adverso registrado no final de 2023 também impactou no volume colhido no ano passado, além do ajuste de área devido ao mapeamento.

Alta nas exportações 

O Brasil exportou 50,5 milhões de sacas de 60 kg de café em 2024. O volume recorde representa alta de 28,8% na comparação com 2023, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Essas exportações geraram receita de US$ 12,3 bilhões, o maior valor já registrado no Brasil e 52,6% superior ao registrado no ano anterior.

Segundo a Conab, a valorização do produto no mercado internacional e a alta do dólar contribuíram para o crescimento das exportações do café brasileiro. O cenário de oferta e demanda global ajustado influenciou a alta dos preços do produto no ano passado, mesmo com a recuperação da produção em alguns países. 

Outro fator que contribuiu para a alta dos preços do grão foi a ocorrência de adversidades climáticas em importantes países produtores, o que limitou a recuperação da oferta futura.Os detalhes do 4° Levantamento da Safra de Café podem ser conferidos no site da Conab.

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