Vinícolas gaúchas projetam safra de uva da qualidade e da recuperação

uva

O maior estado produtor de uva do Brasil deve colher nesta safra 700 mil toneladas da fruta, o que representa um crescimento de 45% em relação ao ano passado. O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 90% da produção nacional e, neste ano, somou aproximadamente 48 mil hectares de parreirais, segundo o governo gaúcho. 

A colheita segue até março e é conhecida como vindima, mas o desenvolvimento da uva começou ainda em agosto do ano passado. O Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS) avalia que a safra 2024/2025 se destaca pela qualidade e parte desse resultado, se deve às condições climáticas no período.

“A seca no período da colheita permitiu uma maturação consistente, concentrando sabores e açúcares de forma ímpar. Os vinhos e os demais produtos que surgirem dessa safra certamente refletirão o terroir único do Rio Grande do Sul”, analisa  Luciano Rebellatto, presidente do Consevitis-RS.

Cooperativa Aurora vai produzir 75 milhões de quilos de uvas

A cooperativa vinícola mais antiga do país – que  completa 94 anos em 2025 – aumentou a projeção da safra para 75 milhões de quilos de uva (ou 75 mil toneladas). Segundo a Cooperativa Aurora, desde 2021 a safra não era tão boa. Naquele ano, foram colhidos 90 milhões de quilos da fruta. 

O resultado de agora é superior ao projetado inicialmente para esta safra, e também é 50% maior que na safra anterior. Em 2024, a Aurora recebeu 50 mil toneladas da fruta – a produção foi bastante prejudicada com alguns cooperados perdendo os vinhedos por causa das enchentes e deslizamentos.

“É uma dupla recuperação. Com os eventos climáticos no início do ano, não sabíamos como a videira iria reagir. Estamos hoje bem satisfeitos com a produção que vamos receber este ano”, diz o presidente da Cooperativa Aurora, Renê Tonello.

Ele ainda projeta a qualidade da fruta. “O tempo alinhou e choveu na normalidade. Com o clima favorecendo, a uva vem com equilíbrio entre acidez e açúcar e isso gera tanto vinho quanto espumante de excelente qualidade”.

O engenheiro agrônomo e gerente agrícola da cooperativa, Maurício Bonafé, explica outras vantagens das noites com temperaturas mais amenas, entre 15º C e 20º C, que vêm ocorrendo na região serrana gaúcha. Segundo ele, essa situação favorece a coloração das uvas tintas. 

“Elas estão com uma cor fantástica, acima do esperado para essa região. E, consequentemente, a maturação da fruta é mais lenta e isso agrega cor e peso”, afirma Bonafé. O especialista diz ainda que os vinhos produzidos a partir dessa fruta deverão ter aromas mais frutados. 

Tipos de uva

uva Aurora
Foto: Anderson Pagani

Com o volume de 75 milhões de quilos que chegará à indústria, a cooperativa deve produzir em torno de 60 milhões de litros de sucos e vinhos. As primeiras variedades foram entregues à indústria no final de dezembro e servem, basicamente, para a produção de sucos – Magna e Violeta. 

Ao longo do mês de janeiro, os cooperados entregam as americanas Bordô e Isabel Precoce e as viníferas Chardonnay, Pinot Noir e Malvasia Aromática. As variedades de cilco mais longo são entregues na segunda quinzena de março – Moscato Branco e a Cabernet Sauvignon. 

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