Mulheres buscam Krav Maga como ferramenta de autodefesa

Nos últimos anos, as mulheres têm se interessado cada vez mais pelas artes marciais, especialmente como uma forma de se proteger contra a violência crescente nas ruas. No dia 18 de janeiro é celebrado o “Dia do Krav Maga”, uma modalidade de defesa pessoal que prepara qualquer pessoa – independentemente de sua idade ou preparo físico – para enfrentar um ou mais agressores, armados ou não.

O Krav Maga é único por ser reconhecido mundialmente como uma arte de defesa pessoal, sem competições ou regras, focando apenas em ensinar os praticantes a se defenderem e retornarem com segurança para casa.

Mulheres buscam Krav Maga como ferramenta de autodefesaMuitas mulheres têm procurado o Krav Maga não apenas como um meio de se defender em situações de risco nas ruas, mas também para se proteger dentro de casa.

Para Aline Rodrigues, primeira faixa preta de Krav Maga do Estado do Espírito Santo e 6ª brasileira a conquistar o título fora de Israel, a prática mudou a vida.

“Mudou minha vida completamente. Como é defesa pessoal e trabalhamos com todo tipo de situação, estou sempre preparada para o perigo. Não fico mais vulnerável nas ruas ou em situações de risco”, diz Aline.

O Sensei Moacyr da Hora Junior, faixa preta de Krav Maga, Judô e Jiu-Jitsu, explica como o Krav Maga tem um impacto significativo na vida de mulheres que já sofreram algum tipo de violência, seja doméstica ou urbana.

Segundo ele, muitas dessas mulheres enfrentam um profundo trauma psicológico, o que afeta diretamente a autoestima e segurança. “Quando uma mulher passa por qualquer tipo de violência, ela geralmente começa a se sentir vulnerável, com a autoestima baixa e marcada por traumas. O Krav Maga ajuda a restaurar essa confiança, oferecendo uma resposta mais eficaz a situações de risco”, afirma Moacyr.

Mulheres buscam Krav Maga como ferramenta de autodefesaEle ressalta que o Krav Maga não só trabalha o aspecto físico, mas também mental e emocional, proporcionando à mulher uma nova perspectiva sobre a capacidade de se defender.

“A insegurança é um dos maiores obstáculos para as mulheres que já sofreram violência. O Krav Maga permite que elas se sintam mais preparadas, ensinando-as a lidar com situações de risco e a desenvolver uma postura mais segura diante da violência”, explica.

Outro ponto importante destacado pelo Sensei Moacyr é a quebra de paradigmas que envolve o treinamento de defesa pessoal para mulheres. “Existem muitas crenças familiares que limitam a mulher, como a ideia de que a luta não é coisa para mulher ou que ela deve cuidar da casa, e não aprender a se defender. O Krav Maga desafia essas ideias e mostra que a mulher tem sim a capacidade de se proteger”, observa.

Mulheres buscam Krav Maga como ferramenta de autodefesaMoacyr acredita que o treinamento transforma a forma como a mulher se vê. “A prática do Krav Maga ajuda a mulher a perceber que ela não é mais aquela figura frágil e indefesa. Ao contrário, ela passa a se ver como alguém capaz de se defender, o que aumenta sua autoestima e confiança”.

A mulher não precisa se preocupar com o aspecto físico do treinamento, pois o Krav Maga não visa masculinizar o corpo, mas sim fortalecer a capacidade de autodefesa, sem perder a feminilidade.

O Krav Maga também tem um papel importante na emancipação das mulheres, libertando-as da sensação constante de insegurança. “A defesa pessoal não significa reagir de forma impulsiva, mas sim estar preparada para se proteger quando necessário. A mulher tem o direito de se defender. Se, após ceder a um assalto ou outra ameaça, a pessoa ainda tentar agredi-la, ela tem o direito de se defender com as técnicas aprendidas”, explica o Sensei Moacyr.

Ao longo do treinamento, a mulher aprende que a verdadeira defesa está na técnica, na habilidade de se posicionar de maneira a evitar danos, e não em uma reação de violência. “A defesa pessoal não envolve violência sem razão, mas sim uma resposta estratégica para garantir a segurança e a integridade física da pessoa”, conclui Moacyr.

 

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