Extinção dos mamutes: evento aleatório ou mudança climática?

Os mamutes-lanosos (Mammuthus primigenius) frequentemente são associados a criaturas que desapareceram há milhares de anos, bem antes de os humanos desenvolverem grandes civilizações ou a escrita. No entanto, esses gigantes pré-históricos habitaram a Terra muito mais recentemente do que muitos imaginam.

De forma geral, os mamutes-lanosos desapareceram há cerca de 10 mil anos. Contudo, pequenos grupos sobreviveram em locais isolados, como na Ilha de Wrangel, próxima à costa da Sibéria, até aproximadamente 1650 a.C. Para colocar isso em perspectiva, a construção de Stonehenge começou em 2500 a.C., e a Grande Pirâmide de Gizé foi erguida por volta de 2575 a.C. Isso significa que, enquanto mamutes ainda caminhavam pela Ilha de Wrangel, os egípcios registravam eventos em hieróglifos.

Por que os mamutes-lanosos foram extintos?

  • Os mamutes-lanosos surgiram há cerca de 300 mil anos, evoluindo de espécies anteriores, como o mamute estepe.
  • Nativos da Sibéria oriental, eles se espalharam pela Europa, ilhas britânicas e América do Norte através da ponte de Bering.
  • Esses animais, que mediam até 3,6 metros de altura e pesavam até oito toneladas, viviam em biomas de tundra, um ambiente frio, seco e coberto por gramíneas e arbustos.
  • Dividiam esse habitat com outros gigantes pré-históricos, como os tigres-dente-de-sabre, preguiças-gigantes e rinocerontes-lanosos.
  • O fim da última era glacial trouxe mudanças climáticas severas, afetando a vegetação da tundra.
  • Embora a caça humana tenha contribuído para a extinção, a principal causa foi o aquecimento global, que alterou drasticamente o ambiente.
  • Pequenos grupos, no entanto, conseguiram sobreviver em regiões isoladas, como a Ilha de Wrangel.
mamute
A principal causa da extinção dos mamutes-lanosos foi o aquecimento global (Imagem: Ana Luiza Figueiredo via DALL-E / Olhar Digital)

O fim dos mamutes na Ilha de Wrangel

Enquanto a maioria dos mamutes foi extinta há 10 mil anos, os sobreviventes na Ilha de Wrangel enfrentaram um destino diferente. Segundo o geneticista Love Dalén, “Wrangel era um lugar dourado para viver.” Os mamutes chegaram lá caminhando sobre o gelo, mas, com o derretimento, ficaram isolados.

Cerca de 200 mamutes habitaram a ilha por 6 mil anos. Apesar de possíveis doenças ligadas à baixa diversidade genética, eles prosperaram na ausência de predadores. Estudos realizados em 1995, com datação de radiocarbono de fósseis encontrados entre 1989 e 1991, confirmaram que os mamutes existiram na ilha até 1650 a.C.

Pesquisas mais recentes sugerem que um evento repentino, como incêndios na tundra ou erupções vulcânicas, pode ter sido responsável pelo fim dos mamutes na Ilha de Wrangel. Para Dalén, “foi provavelmente um evento aleatório que os extinguiu.”

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O projeto de “desextinção” dos mamutes

Hoje, os mamutes-lanosos são candidatos ao processo de “desextinção”, que utiliza DNA preservado para recriar espécies extintas. Cientistas planejam combinar características genéticas dos mamutes com elefantes asiáticos, criando híbridos resistentes ao frio.

Representação de um mamute-lanoso
Mamute-lanoso é uma das espécies que podem “voltar à vida” (Imagem: Colossal Biosciences)

Além do impacto científico, o retorno desses animais pode beneficiar o meio ambiente. Os mamutes compactavam o solo e promoviam o crescimento de gramíneas, aumentando a capacidade de absorção de carbono das terras. No entanto, o projeto enfrenta desafios éticos e ecológicos.

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