Guitarrista do R.E.M. diz que não se sente mais americano: “querem o fascismo”

Guitarrista do R.E.M. diz que não se sente mais como um americano
Reprodução/YouTube

Peter Buck, guitarrista e cofundador do extinto R.E.M., compartilhou recentemente como tem se sentindo em relação ao seu país natal.

O músico de 68 anos que nasceu em Berkeley, Califórnia, nos Estados Unidos, participou de uma nova entrevista com a rádio Sonar, ao lado do baterista Barrett Martin (Screaming Trees e Mad Season) e, entre os diversos assuntos abordados, os artistas foram questionados sobre a falta de consciência social dos artistas modernos.

Para responder o questionamento, Buck se referiu à atual situação política nos EUA, apontando que não consegue mais entender o povo americano e afirmando que não se sente mais parte dele:

“Eu não entendo. Não me sinto muito americano. Passei o último ano em outro lugar, então, sabe, é um momento muito assustador no mundo todo, nem sei como lidar com isso. É claro que as pessoas nos Estados Unidos querem algo que eu não quero, você conhece muito bem o fascismo.”

Barrett Martin complementou a resposta de Buck abordando a conexão existente entre a música e os direitos humanos e como essa relação parece ter se perdido ao longo do tempo:

“Você e eu conversamos um pouco sobre isso, eu disse que sempre pensei que os direitos humanos estavam diretamente ligados à música. Historicamente tem sido assim e nossa geração é a geração da música alternativa e se você olhar para todas essas bandas… estou me referindo a tudo, desde Nirvana, Pearl Jam até R.E.M., antes mesmo disso, porque acho importante dizer que o R.E.M. deu um exemplo para todos nós em Seattle.

Eles estão cerca de 10 anos à nossa frente em conscientizar as pessoas sobre direitos e serem alfabetizados e inteligentes no que você está fazendo e tentando dizer. E acho que isso meio que evaporou e o corporativismo puro tomou conta dos Estados Unidos, é quase como se não devêssemos falar sobre essas coisas, mas ainda falamos.”

Guitarrista do R.E.M. diz que não se sente mais como um americano

Neste ano, o republicano Donald Trump retornou à presidência dos Estados Unidos depois de quatro anos após vencer a democrata Kamala Harris nas eleições do ano passado.

Pouco antes da votação, o historiador Robert Paxton, um dos principais especialistas americanos no estudo do fascismo e que evitava rotular Trump como fascista – acreditando que o termo poderia sofrer um desgaste no contexto atual, perdendo seu impacto – mudou de opinião pela primeira vez.

Ele disse que, após o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores do político invadiram a sede do Legislativo americano numa tentativa de barrar a certificação da vitória do presidente Joe Biden, isso fez com que Donald Trump realmente se tornasse um símbolo fascista, em sua opinião (via O Globo).

Como Peter Buck disse na entrevista, uma parte desse período afastado dos EUA foi no Brasil. O músico integrou a banda fixa que gravou o disco triplo recente de Nando Reis, Uma Estrela Misteriosa, e decidiu acompanhar o músico brasileiro durante sua turnê que ocorreu nos últimos meses de 2024. Saiba mais detalhes sobre essa parceria aqui!

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