Motorista atingido por avião em Ubatuba (SP) relata momentos de tensão: ‘Pensei que estava morto’

Júlio César Talarico, de 34 anos, ficou a poucos centímetros de ser destroçado pelo avião de pequeno porte que vazou a pista em Ubatuba (SP), na última quinta-feira, 9. Natural de Rio Claro, no interior de São Paulo, ele chegou ao litoral paulista no dia 3 de janeiro para trabalhar como motorista de aplicativo. A Oeste, Talarico relatou que a asa da aeronave passou por cima do carro dele.

“Vi o avião fazer todo o trajeto de pouso”, afirmou o rio-clarense. “Quando vi, ele estava na minha porta. Pensei que estava morto. Achei que era só o meu espírito vagando por ali. Demorou para cair a ficha que eu estava vivo.”

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Embora estivesse na praia, o rosto queimado de Júlio Talarico era por causa do calor gerado pelo jatinho, que passou bem em frente ao seu veículo. Apesar de o motorista ter ficado com uma queimadura de 1º grau, ele não teve cortes nem hematomas. O único dano causado ao carro foi no capô e alguns arranhões nas laterais.

Carro branco atingido por asa de avião
Imagens do carro atingido por avião em Ubatuba | Foto: Arquivo pessoal/Montagem/Revista Oeste

Vida normal, até que…

Segundo o motorista, era mais um dia como qualquer outro. Pela manhã, ele tomou café com o irmão em uma padaria. Depois disso, pagou a conta e acionou o aplicativo da Uber para encontrar uma corrida e começar o dia.

Talarico afirmou que poucos minutos antes do ocorrido, o passageiro pediu para que ele diminuísse a velocidade, para que assim pudesse tirar foto da roda gigante. O motorista atendeu à solicitação do cliente.

Motorista registra danos causados ao carro por causa de acidente de avião em Ubatuba | Vídeo: Arquivo pessoal

O condutor do Fiat Cronos ainda informou que, por causa da chuva, estava tudo vazio nas redondezas do acidente. No entanto, disse que, em dias normais, ao menos cem pessoas poderiam ter morrido.

“Quando o avião passou, não vi mais o passageiro”, disse Júlio César Talarico. “Ele sumiu. Queria encontrar ele. Mandei mensagem para a Uber, mas não deu certo.”

O motorista afirmou que, ao ver a aproximação da aeronave Cessna Citation, tentou dar ré. No entanto, havia um carro na parte de trás, que bloqueou a sua passagem. Talarico relatou que conseguiu recuar o carro, no máximo, dez centímetros. “Só segurei no volante”, disse. “Se bater aqui, vai morrer todo mundo.”

Sequelas do acidente de avião e a gratidão pela vida

Julio Cesar Talarico ficou com um zumbido no ouvido por causa do impacto. A testemunha disse que conseguia ouvir, bem de fundo, o grito das pessoas, que pediam para que ele saísse do carro devido ao iminente risco de explosão.

Talarico viu a sua vida passar diante dos seus olhos. “Durante a noite eu chorei muito, não vou mentir”, relatou o rio-clarense. “Depois disso, a gente dá muito mais valor à vida. Deus segurou a gente. Eu já marquei o dia 9 de janeiro como meu novo aniversário.”

O avião de pequeno porte que caiu em Ubatuba, na última quinta-feira, 9, transportava cinco pessoas. O piloto da aeronave não resistiu aos ferimentos e morreu.

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