Machado detalha prisão e acusa Maduro de consolida “golpe de Estado”

Maria Corina e Edmundo Gonzalez em campanha eleitoral na Venezuela em 2024Reprodução/Wikimedia Commons

María Corina Machado, a líder opositora venezuelana, declarou, nesta sexta-feira (10), que o presidente Nicolás Maduro realizou um golpe de Estado ao assumir um terceiro mandato sem apresentar provas de vitória nas eleições de julho de 2024.

Esta foi a primeira manifestação pública de Machado após sua breve detenção na quinta-feira (9).

A oposição sustenta que Edmundo González venceu as eleições presidenciais com base nos dados das atas das urnas eletrônicas. Entretanto, as autoridades eleitorais, alinhadas com Maduro, afirmaram que o atual presidente foi reeleito.

Machado acusou Maduro de apoiar-se nos “ditadores de Cuba e Nicarágua” para manter-se no poder, além de violar a Constituição venezuelana. “Hoje, 10 de janeiro, Maduro consolida um golpe de Estado diante dos venezuelanos e do mundo. Pisoteiam nossa Constituição”, afirmou.

Detenção

Machado relatou que foi abordada por policiais ao sair de uma manifestação contra Maduro em Caracas. O governo nega a detenção, classificando o episódio como “teatro”. Segundo Machado, agentes armados da Polícia Nacional Bolivariana a interceptaram, retiraram-na violentamente da moto onde estava e a levaram a outro local. Ela também relatou que houve disparos, e um membro de sua equipe foi ferido e preso.

“É assim que eles agem, atacando uma mulher pelas costas”, disse Machado, afirmando que, após ser levada a um local desconhecido, foi liberada mediante a gravação de um vídeo como prova de vida. “O que aconteceu demonstra as profundas contradições dentro do regime”, acrescentou, atribuindo sua liberação à repercussão internacional do caso.

Edmundo González, reconhecido como presidente eleito por países como Estados Unidos e Argentina, deixou a Venezuela em setembro e se asilou na Espanha. Ele declarou várias vezes que retornaria ao país para assumir a presidência em 10 de janeiro, mas a volta não ocorreu devido a um mandado de prisão contra ele.

Machado justificou a ausência de González, dizendo que a “paranoia delirante do regime” impede seu retorno no momento. “O mundo virá à Venezuela para que ele tome posse como presidente constitucional no momento certo”, afirmou.

Em mensagem aos apoiadores, Machado pediu que continuem se manifestando contra Maduro, expressando otimismo sobre a proximidade da liberdade. “Nosso país está mais unido do que nunca, tanto na política quanto em seus lares”, declarou.

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