‘Abraço à Democracia’ reúne representantes de governos não democráticos

O “Abraço à Democracia”, evento realizado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para relembrar os atos do 8 de janeiro de 2023, reuniu representantes de países não democráticos. A solenidade ocorreu nesta quarta-feira, 8, na Praça dos Três Poderes.

+ Leia mais notícias de Política em Oeste

É o caso, por exemplo, da Rússia. O país, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e permanece em guerra nos dias atuais, mandou o embaixador Alexey Labetskiy para prestigiar a solenidade.

O embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy, durante entrevista à Agência Brasil | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy, durante entrevista à Agência Brasil | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Outro país que enviou representante ao Brasil foi o Irã. Abdollah Nekounam Ghadirli, embaixador do país que financia o grupo terrorista Hamas, celebrou o massacre do dia 7 de outubro de 2023 em Israel. Recentemente, ele disse que o país judeu “é um câncer”.

Lula e o embaixador do Irã no Brasil, Abdollah Nekounam Ghadirli | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Lula e o embaixador do Irã no Brasil, Abdollah Nekounam Ghadirli | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Em 2022, duas lésbicas e militantes LGBT — bandeira defendida pelo governo Lula — foram condenadas à morte no Irã. Elas foram acusadas por promoverem a homosexualidade no país. Elham Chubdar e Zahra Sedighi Hamedani foram condenadas à morte por um Tribunal da cidade de Urmia.

Embaixador da Venezuela também compareceu ao “Abraço à Democracia”

Manuel Vicente Vadell Aquino, embaixador da Venezuela em Brasília, também marcou presença no evento. A ditadura de Nicolás Maduro prendeu mais de 1,7 mil pessoas por protestarem contra o regime. Os números são da organização não governamental (ONG) Foro Penal.

Protesto na Venezuela Lula
Manifestantes se reúnem para protestar contra o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro (3/8/2024) | Foto: Leonardo Fernandez Viloria/Reuters

Além disso, neste mês, a ditadura bolivariana sequestrou Enrique Márquez, ex-candidato presidencial e ex-vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela.

Lula e o embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vicente Vadell Aquino | Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lula e o embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vicente Vadell Aquino | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Confira a lista dos 52 países que mandaram representantes ao evento “Abraço à Democracia”

  • Abdollah Nekounam Ghadirli, embaixador do Irã;
  • Adelardus Lubango Kilangi, embaixador da Tanzânia;
  • Adolfo Curbelo Castellanos, embaixador da República de Cuba;
  • Alexey Labetskiy, embaixador da Rússia;
  • Arturo Romeo Duarte Ortiz, embaixador da Guatemala;
  • Bettina Cadenbach, embaixadora da Alemanha;
  • Fiona Flood, embaixadora da Irlanda;
  • Gentil Bendo, embaixador da Albânia;
  • Flávio Gabriel Méndez Altamirano, embaixador do Panamá;
  • Gerard Greene, embaixador de Trinidad e Tobago;
  • Glynne Namulua Michelo, embaixador da Zâmbia;
  • Guillermo Daniel Raimondi, embaixador da Argentina;
  • Joseph Gerard B. Angeles, embaixador de Filipinas;
  • John Aquilina, embaixador de Malta;
  • Lawrence Manzi, embaixador de Ruanda;
  • Leulsegede Tadese, embaixador da Etiópia;
  • Luís Alberto Aparicio Bermudez, embaixador de El Salvador;
  • Maen Moh´d Sodki Masadeh, embaixador da Jordânia;
  • Manuel Eduardo dos Santos e Silva Bravo, embaixador da República de Angola;
  • Manuel Vicente Vadell Aquino, embaixador da Venezuela;
  • Miklos Tamás Halmai, embaixador da Hungria;
  • Murad Ashraf Janjua, embaixador do Paquistão;
  • Nguon Hong Prak, embaixador do Camboja;
  • Nabil Adghoghi, embaixador do reino do Marrocos;
  • Norman Lizano Ortiz, embaixador da Costa Rica;
  • Pavla Havrilikova, embaixadora da República Tcheca;
  • Pietro Lazzen, embaixador da Suíça;
  • Rachel Coupaud, embaixadora do Haiti;
  • Rania Al Raj Ali, embaixadora da República Árabe da Síria;
  • Selma Nghinamundova, embaixadora da Namíbia;
  • Zhu Qingqiao, embaixador da República Popular da China;
  • Emmanuel Kamarianakis, embaixador do Canadá;
  • Mai Taha Khalil, embaixadora do Egito;
  • Aminata Sana Congo, embaixadora de Burkina Faso;
  • Alassane Zié Diamouténé, embaixador da Costa do Marfim;
  • Abdelaziz Benali Cherif, embaixador da Argélia;
  • Annette Bull, encarregada de negócios da Noruega;
  • Artial Tchenzette, encarregado de negócios da Azerbai;
  • Gabrielle Pesce, monsenhor encarregado de negócios da Santa Sé;
  • George el Jallad, conselheiro embaixada do Líbano;
  • Gordana Prelcec, conselheira embaixada da Croácia;
  • Jimena Lema Xavier, encarregada de negócios da embaixada do Uruguai;
  • Juan José Escobar Stemmann, ministro embaixada da Espanha;
  • Leif Kokholm, ministro conselheiro da embaixada da Dinamarca;
  • Maciej Bartoz Brodowicz, encarregado de negócios da Polônia;
  • Mamadou Bah, embaixada da Guiné;
  • Olivier Fontan, encarregado de negócios da embaixada da França;
  • Sten Engdahl, encarregado de negócios da Suécia;
  • Tony Kay, encarregado de negócios embaixada do Reino Unido;
  • Villiam Rosemberg, cônsul da embaixada da Eslováquia;
  • Wilson Deng, secretário embaixada de Singapura; e
  • Firas Hassan Hashim Al-Hammadany, encarregado de negócios do Iraque.

Evento esvaziado

O ato político convocado por Lula foi marcado pela baixa adesão popular. O “Abraço à Democracia” reuniu cerca de mil pessoas. 

Oeste acompanhou o ato político de Lula durante toda a manhã e começo da tarde desta quarta-feira. Por volta das 9h30, nem 500 petistas se encontravam no local. O pico de mil pessoas ocorreu de 12h a 12h30. Os manifestantes presentes ainda tiveram de lidar com a chuva.

ato popular 8/1
Ato popular pela ‘democracia’, convocado por Lula em memória pelo 8 de janeiro de 2023, foi esvaziado | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Os manifestantes, em maioria, eram formados por idosos e por militantes com bonés do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Não havia ônibus fretados próximos à Praça dos Três Poderes, fechada para veículos na altura do Planalto. 

Poucos trabalhadores e crianças se deslocaram até o centro da capital da República. Lula e a primeira-dama, Janja, além de outros integrantes do governo chegaram a se juntar aos manifestantes para o “Abraço à Democracia”. O petista, no entanto, não discursou para os presentes — o que gerou descontentamento.

O post ‘Abraço à Democracia’ reúne representantes de governos não democráticos apareceu primeiro em Revista Oeste.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.