Investidores estrangeiros retiram R$ 32,1 bilhões da B3 em 2024

Os investidores estrangeiros retiraram R$ 32,1 bilhões do segmento secundário da B3, que inclui ações já listadas, em 2024. O montante representa a maior retirada desde 2020, quando o déficit atingiu R$ 40,1 bilhões, conforme levantamento do Valor Data com dados da Bolsa de Valores, divulgados neste sábado, 4.

Entenda-se como mercado secundário o tipo de negociação em que, segundo a própria B3, “os investidores compram e vendem esses papéis uns aos outros por meio de suas corretoras.”

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A maior aversão ao risco entre investidores externos deveu-se às preocupações com as contas públicas brasileiras. Além disso, a desvalorização do real, com o dólar ultrapassando R$ 6 pela primeira vez, e o aumento da Selic, a taxa básica de juros do país, também afetaram negativamente o mercado de ações.

Em 27 de novembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um pacote de gastos durante pronunciamento em rede nacional. A medida visa a conter o déficit recorde do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que supera os R$ 100 bilhões em 2024.

Analista econômico e colunista de Oeste, Adalberto Piotto não acredita que o governo conseguirá entregar os mais de R$ 70 bilhões de economia nos próximos dois anos, como está previsto pela pasta.

“As medidas anunciadas pelo governo, pelo ministro Haddad e sua equipe econômica, não têm sustentabilidade”, afirmou Piotto. “E nem são capazes de entregar essa economia.”

Investidores da B3 não acreditam nas medidas do governo Lula

Segundo Piotto, o ceticismo do mercado financeiro quanto a capacidade do pacote anunciado por Haddad de gerar economia está entre os motivos das retiradas dos investimentos. Os investidores cobram medidas mais efetivas para conter o déficit das contas públicas.

Apesar disso, em dezembro, os investimentos estrangeiros registraram um superávit de R$ 1,7 bilhão em aportes na bolsa. A ação sinaliza uma mudança momentânea na tendência de retirada ao longo do ano, com mais aportes do que vendas.

Os investidores institucionais também enfrentaram mais saques do que entradas, com um déficit acumulado de R$ 37,5 bilhões. Em dezembro, as retiradas totalizaram R$ 9 bilhões.

Em contraste, os investidores individuais terminaram o ano com um superávit de R$ 30,8 bilhões no segmento secundário da B3. No acumulado de dezembro, a categoria teve um saldo positivo de R$ 3,5 bilhões em entradas.

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