Lagarta de fogo: o que você precisa saber sobre essa praga?

Imagine investir meses de trabalho e dedicação no cultivo perfeito e, de repente, ver suas plantas sendo atacadas por uma praga devastadora. A lagarta-de-fogo é esse vilão silencioso que pode comprometer toda a colheita.

Lembrando que o impacto dessa praga vai além dos danos diretos às plantações; ela também representa um risco à saúde dos trabalhadores rurais devido aos seus pelos urticantes que podem causar reações alérgicas severas.

O que é a lagarta de fogo?

A lagarta de fogo, também conhecida como taturana-de-fogo ou mariposa-de-fogo, é um inseto pertencente à ordem Lepidoptera e à família Megalopygidae. Seu nome científico mais comum é Megalopyge lanata, embora existam outras espécies do mesmo gênero que também são chamadas de lagartas de fogo.

As espécies mais comuns de lagartas de fogo que afetam as culturas no Brasil incluem a Megalopyge lanata e a Podalia walkeri. Essas espécies são conhecidas por causar danos significativos em diversas culturas agrícolas.

O seu ciclo de vida compreende quatro estágios:

Ovo: As fêmeas depositam os ovos em grupos nas folhas das plantas hospedeiras.

Larva: É nesta fase que o inseto é conhecido como “lagarta de fogo”. As larvas passam por vários instares, aumentando de tamanho a cada muda.

Pupa: Neste estágio, a lagarta se transforma em casulo para completar sua metamorfose.

Adulto: A mariposa adulta emerge do casulo, pronta para se reproduzir e reiniciar o ciclo.

Identificando a lagarta de fogo na sua propriedade

Para identificar a presença dessa praga, os produtores rurais devem estar atentos aos seguintes sinais:

Aparência: Corpo coberto por pelos longos e sedosos, geralmente de coloração variando entre amarelo, laranja e marrom.

Danos nas folhas: Presença de folhas com bordas irregulares ou completamente desfolhadas.

Casulos: Pequenos casulos sedosos presos aos galhos ou troncos das plantas.

Mariposas adultas: Presença de mariposas de coloração acinzentada ou amarronzada, geralmente ativas durante a noite.

Geralmente, as culturas mais afetadas são:

  • Soja
  • Milho
  • Algodão
  • Frutíferas (como citros e manga)
  • Eucalipto

Como diferenciar a lagarta de fogo de outras pragas?

A lagarta de fogo possui características únicas que a distinguem de outras pragas agrícolas comuns. Seus pelos urticantes são o traço mais distintivo, causando forte irritação ao contato com a pele humana. 

A coloração vibrante, variando entre amarelo, laranja e vermelho, combinada com pelos longos e sedosos, é outro indicador confiável.

Diferentemente de pragas como a lagarta-do-cartucho ou a lagarta-da-soja, as lagartas de fogo têm um comportamento de andarem juntas, especialmente nos estágios iniciais de desenvolvimento. Elas tendem a se agrupar nas folhas e galhos das plantas hospedeiras.

Em termos de tamanho, podem atingir até 5 centímetros de comprimento quando totalmente desenvolvidas, geralmente sendo maiores que outras espécies de lagartas pragas. 

Sua forma corporal é mais robusta e “peluda” em comparação com outras lagartas comuns na agricultura brasileira.

A observação atenta dessas características – pelos urticantes, coloração vibrante, comportamento gregário, tamanho e forma do corpo – permite aos produtores rurais diferenciar eficazmente a lagarta de fogo de outras pragas, facilitando a implementação de estratégias de controle específicas e eficientes.

Métodos de controle da lagarta de fogo

Foto: Adobe Stock

O controle efetivo da lagarta de fogo requer uma abordagem integrada, combinando diferentes estratégias:

Controle cultural

O controle cultural da lagarta de fogo envolve práticas de manejo que previnem e reduzem infestações sem uso de químicos. A rotação de culturas, alternando espécies não hospedeiras, é fundamental para quebrar o ciclo reprodutivo da praga. 

Eliminar ervas daninhas remove hospedeiros alternativos, enquanto o monitoramento constante permite detecção precoce de infestações.

O manejo adequado da irrigação, evitando excesso de umidade, cria um ambiente menos favorável para as lagartas. Ajustar a época de plantio para evitar períodos de maior incidência da praga também é uma estratégia eficaz.

Essas práticas, quando integradas, oferecem uma abordagem sustentável e econômica para o manejo da lagarta de fogo, reduzindo a dependência de controles químicos e promovendo o equilíbrio ecológico nas áreas de cultivo.

Controle biológico

O controle biológico da lagarta de fogo utiliza inimigos naturais para manter sua população em níveis aceitáveis. 

Parasitoides, como vespas Trichogramma e moscas da família Tachinidae, atacam ovos e larvas da praga. Predadores naturais incluem pássaros insetívoros, percevejos e formigas.

Microrganismos entomopatogênicos também são eficazes. Fungos como Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, e bactérias como Bacillus thuringiensis (Bt), são amplamente utilizados. 

O Baculovírus tem mostrado resultados promissores no controle de lagartas em diversas culturas.

Esta abordagem ecológica reduz a dependência de pesticidas químicos, promove o equilíbrio do ecossistema agrícola e é compatível com práticas de agricultura sustentável. 

A implementação bem-sucedida do controle biológico requer monitoramento constante e, muitas vezes, a liberação estratégica de agentes de controle na lavoura.

Controle químico

O controle químico da lagarta de fogo deve ser a última opção, usado com cautela e seguindo rigorosas recomendações técnicas. 

Utilize apenas inseticidas registrados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para a cultura específica. A aplicação é mais eficaz quando as lagartas estão nos primeiros instantes.

Para evitar resistência, alterne diferentes grupos químicos de inseticidas. Use equipamentos adequados e calibrados para garantir cobertura uniforme na pulverização. Respeite o período de carência entre a última aplicação e a colheita.

O uso responsável de químicos, integrado com outras estratégias de manejo, pode controlar efetivamente a lagarta de fogo, minimizando impactos ambientais e preservando a eficácia dos produtos a longo prazo. 

Sempre priorize a segurança do aplicador, do meio ambiente e do consumidor final.

Prevenção da lagarta de fogo

Por fim, a prevenção é fundamental para o manejo sustentável da lagarta de fogo:

Manejo Integrado de Pragas (MIP): Adotar uma abordagem holística que combine diferentes métodos de controle.

Monitoramento constante: Realizar inspeções regulares nas plantações para detectar precocemente a presença da praga.

Preservação de inimigos naturais: Manter áreas de refúgio e evitar o uso indiscriminado de inseticidas de amplo espectro.

Nutrição adequada das plantas: Plantas bem nutridas são mais resistentes ao ataque de pragas.

Diversificação da produção: Sistemas agrícolas diversificados tendem a ser mais resilientes a pragas específicas.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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