Morre ícone do cinema das artes marciais, Corey Yuen; relembre outros artistas lutadores

Foi confirmada no dia 12/8/2024 a morte do ator, diretor e coordenador de dublês Corey Yuen, aos 71 anos. Porém, seu falecimento, por complicações da Covid-19, só foi divulgado dois anos depois.
Se Akira Kurosawa é o grande diretor dos filmes de samurai, o ator Toshiro Mifune é seu equivalente no século 20. Mifune se tornou sinônimo da imagem cinematográfica do samurai, destacando-se tanto na ação quanto no drama. Com uma habilidade notável no manejo da espada, o ator se tornou um mestre do Chambara (o gênero de filmes de samurai no Japão) e conquistou plateias ao redor do mundo com suas atuações intensas. Ele é, sem dúvida, o samurai primordial do cinema.
Embora Lau Kar-Leung tenha atuado em muitos filmes, geralmente como vilão, sua contribuição para o cinema de artes marciais é imensa e duradoura. Nos bastidores, como coreógrafo e roteirista na Shaw Bros, Leung transformou cada filme de ação em um clássico, influenciando cineastas como Quentin Tarantino e elevando os filmes de Kung Fu no Ocidente. Mestre do estilo Hung Gar, Leung moldou muitas produções icônicas da Shaw nos anos 70 e 80, sendo uma lenda frequentemente subestimada das artes marciais.
Sonny Chiba é um dos maiores atores do Japão e desempenhou um papel crucial no sucesso dos filmes de artes marciais asiáticos no Ocidente, assim como o estúdio Shaw Bros em Hong Kong. Mestre em várias artes marciais, Chiba atuou em mais de 200 produções e redefiniu o status das artes marciais na TV e no cinema japonês. Ele fundou o JAC (Japanese Action Club), que revelou grandes talentos como Hiroyuki Sanada e Kenji Oba. Sua influência na cultura pop perdura, com diretores como Quentin Tarantino se inspirando em seus filmes.
Se Lau Kar-Leung era o mestre por trás das câmeras nos filmes da Shaw Bros nos anos 70 e 80, Gordon Liu era o ator que personificava os protagonistas. Excelente artista marcial, Liu transformou o estilo de atuação, afastando-se das interpretações carrancudas e caricatas para algo mais natural e humano. Sua habilidade no Hung Gar e sua criatividade na coreografia, em colaboração com Lau Kar-Leung, ajudaram a moldar sua imagem como ícone da cultura pop asiática e americana na segunda metade dos anos 70.
Antes de Bruce Lee, os filmes de artes marciais eram restritos ao sudeste asiático e pouco conhecidos no Ocidente. Bruce revolucionou o gênero ao criar o Jeet Kune Do, uma arte marcial focada em máxima eficiência, força e velocidade, atacando antes que o adversário pudesse reagir. O que o torna o maior artista marcial do cinema é sua contribuição incomparável: os conceitos de coreografia, ângulos de câmera e expressões em filmes de artes marciais foram todos moldados por seus trabalhos. Estúdios como Shaw Bros e Golden Harvest só ganharam notoriedade após seu sucesso. Com apenas quatro filmes completos e alguns inacabados, Bruce Lee estabeleceu um padrão eterno para o gênero, tornando-se uma lenda cuja influência transcende o cinema e a cultura pop.
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