Broncopneumonia: entenda o que é doença que matou Silvio Santos


Apresentador havia sido internado com H1N1 em julho, chegou a ter alta, mas o caso se tornou uma pneumonia e ele não resistiu. Silvio Santos morreu em decorrência de uma broncopneumonia
Lourival Ribeiro/SBT
O apresentador Silvio Santos morreu aos 93 anos neste sábado (17) em São Paulo. Segundo o boletim médico, ele morreu em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por Influenza (H1N1).
Silvio chegou a ser internado em julho, quando foi diagnosticado com a doença e teve alta dias depois para a recuperação em casa. No início deste mês, no entanto, ele voltou a ser internado. O quadro evoluiu para uma broncopneumonia.
➡️ A broncopneumonia é um tipo de pneumonia que causa inflamação nos alvéolos, estruturas dos nossos pulmões responsáveis pela troca de oxigênio com o sangue. A pneumonia é causada por microorganismos (vírus, bactérias ou fungos) ou a inalação de substâncias que comprometam as estruturas pulmonares.
Em alguns casos, uma infecção causada por vírus e bactéria também pode ocorrer ao mesmo tempo, como no caso do presidente.
Confira abaixo como é transmitida, os fatores de risco e os tratamentos de uma pneumonia:
🧪 Tipos de pneumonia
Viral: causada por vírus. A gripe (vírus influenza) e o resfriado comum (rinovírus) são as causas mais comuns de pneumonia viral em adultos. A broncopneumonia de Silvio Santos foi, justamente, causada pelo vírus da influenza A, como revelou a nota divulgada pelo Palácio do Planalto. O vírus sincicial respiratório (VSR) é a causa mais comum de pneumonia viral em crianças pequenas. Muitos outros vírus podem causar pneumonia, incluindo SARS-CoV-2, o vírus que causa o Covid-19.
Bacteriana: é causada por vários tipos de bactérias, mas, principalmente, pelo pneumococo.
Fúngica: mais comum em pessoas com problemas crônicos de saúde ou sistema imunológico enfraquecido e em pessoas que inalaram grande quantidade de fungo. Os fungos que causam a doença podem ser encontrados no solo ou em fezes de pássaros, como pombos.
Já a broncopneumonia é um tipo de pneumonia que causa inflamação nos alvéolos, estruturas dos nossos pulmões responsáveis pela troca de oxigênio com o sangue.
O médico José Pereira Rodrigues, pneumologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica, contudo, que tanto quadros de pneumonia no geral, como aqueles específicos de broncopneumonia são tratados da mesma forma, e não possuem grande diferenças em relação aos sintomas.
Em alguns casos, porém, uma infecção causada por vírus e bactéria também pode ocorrer ao mesmo tempo, como no caso do presidente.
“As pneumonias bacterianas são muitas vezes precedidas por um episódio viral, então a conduta [de o presidente adiar a viagem], me parece absolutamente correta”, acrescenta Margareth Dalcomo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia em entrevista à Globo News.
O vírus mais comum que causa pneumonia é o influenza e começa a aumentar a sua circulação no Hemisfério Sul no início do outono ao inverno. Essa pneumonia, quando diagnosticada de forma precoce e tratada com medicação antiviral, tem uma evolução mais favorável que a bacteriana.
Entenda o que é a pneumonia e os riscos da doença
🤧 Transmissão
Segundo o Ministério da Saúde, a pneumonia pode ser adquirida pelo ar, saliva, secreções ou, na época do inverno, devido a mudanças bruscas de temperatura.
Essas mudanças comprometem o funcionamento dos pelos do nariz responsáveis pela filtragem do ar aspirado, o que acarreta uma maior exposição aos microorganismos causadores da doença.
Segundo o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), a pneumonia pode afetar pessoas de todas as idades. No entanto, duas faixas etárias correm maior risco de desenvolver pneumonia e ter um quadro mais grave.
Bebês e crianças de 2 anos ou menos correm maior risco porque seus sistemas imunológicos ainda estão se desenvolvendo. Esse risco é maior para bebês prematuros.
Adultos mais velhos, com 65 anos ou mais, também têm maior risco porque os sistemas imunológicos geralmente enfraquecem à medida que as pessoas envelhecem. Os mais velhos também são mais propensos a ter outras condições de saúde crônicas (de longo prazo) que aumentam o risco de pneumonia. 
Ciclo de transmissão
Rodrigues diz que o período de transmissão da doença dura geralmente 7 dias, mas sobre o risco de contagio, a dra. Margareth Dalcomo explica que, à medida que o tratamento começa (entenda como funciona mais abaixo), esses ciclos de transmissão tendem a ser mais curtos.
“O período de contágio é menor, mas, evidentemente, um ambiente de avião […] é um ambiente fechado, onde qualquer possibilidade de transmissão de doença viral de transmissão respiratório é muito maior”, diz.
🚬 Fatores de risco
Em um cenário que considera TODOS os tipos de pneumonia, são fatores de risco:
fumo: provoca reação inflamatória que facilita a penetração de agentes infecciosos;
álcool: interfere no sistema imunológico e na capacidade de defesa do aparelho respiratório;
ar-condicionado: deixa o ar muito seco, facilitando a infecção por vírus e bactérias;
resfriados mal cuidados;
mudanças bruscas de temperatura.
🤒 Principais sintomas da pneumonia
falta de ar;
cansaço;
dor no tórax;
febre alta;
tosse.
🩺 Diagnóstico
Exame clínico, auscultação dos pulmões e radiografias de tórax são recursos essenciais para o diagnóstico das pneumonias.
💊 Tratamento
O tratamento depende do tipo de pneumonia. Se for bacteriana, o paciente irá tomar antibiótico. Já na viral, o tratamento inclui apenas medicamentos para aliviar sintomas, como febre e dor.
No caso do presidente, como o vírus foi causado pela influenza A, ele está justamente tomando medicamentos antivirais.
“Por causa desses tratamentos, há uma probabilidade de que tudo evolua bem”, disse Margareth Dalcomo.
Se diagnosticada e tratada de forma adequada, dificilmente o paciente terá um agravamento do quadro. Se não tratada, a pneumonia pode evoluir para um quadro mais grave, causando até a morte.

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