Veja repercussão internacional da fuga do ditador sírio Bashar al-Assad


França comemora aparente fim do regime de 24 anos de Assad. Israel busca preservar fronteiras, principalmente nas Colinas de Golã. Veja outros posicionamentos. Rebeldes contrários ao regime de Bashar al-Assad na Síria se lançaram sobre a cidade de Aleppo, sem grande resistência
EPA/Via BBC
Líderes internacionais pronunciaram-se após rebeldes tomarem a capital da Síria, Damasco, e afirmarem que o ditador Bashar al Assad, há 24 anos no poder, deixou o país.
Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, disse que o país não se envolverá no conflito; já Israel busca proteger a região das Colinas de Golã, que estão sob seu domínio desde 1967. A Rússia afirma que Assad deu ordens para uma transição pacífica no poder; enquanto a França comemora “o fim do estado de barbárie”.
Até a última atualização desta reportagem, o paradeiro de Assad e de sua família continuava desconhecido. Saiba mais aqui.
Veja os posicionamentos de cada país:
França: comemoração pela queda
A França “saúda a queda do regime de Bashar al-Assad” depois de “mais de 13 anos de repressão extremamente violenta contra o seu próprio povo”, reagiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Christophe Lemoine .
No X, o presidente Emmanuel Macron postou: “O estado de barbárie caiu. Finalmente. Presto homenagem ao povo sírio, à sua coragem, à sua paciência. Neste momento de incerteza, desejo-lhe paz, liberdade e unidade. A França continuará comprometida com a segurança de todos no Oriente Médio.”
Estados Unidos: Trump não quer ‘se meter’
De acordo com o jornal “The New York Times”, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional afirmou que o presidente americano Joe Biden está “monitorando de perto os eventos extraordinários na Síria”.
Mais cedo, antes da fuga de Assad, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que tomará posse em janeiro, disse que o país não deve se envolver no conflito.
“Assad se foi. Ele fugiu de seu país. Sua protetora, Rússia, liderada por Vladimir Putin, não estava mais interessada em protegê-lo”, escreveu Trump em uma rede social. “Não havia mais razão para os russos colocarem [a Síria] em primeiro lugar. Perderam o interesse por causa da Ucrânia.”
Israel: preservação das fronteiras
As Forças de Defesa de Israel disseram, neste domingo (8), que não interferirão nos conflitos internos da Síria, mas que protegerão a região das Colinas de Golã, adjacentes ao país e conquistadas pelos israelenses em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias.
“Não serão toleradas ameaças perto da fronteira israelense”, disse o exército israelense em comunicado.
Rússia: informações sobre Assad
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Assad deixou a Síria e deu instruções para uma transição pacífica no poder.
Turquia: reflexão sobre oportunidade perdida
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, diz que o governo do ex-líder Bashar al-Assad deveria ter aproveitado uma pausa nos combates para “reconciliar-se” com o povo sírio, relata a Al Jazeera.
Egito: apoio aos sírios
De acordo com a Reuters, o governo do Egito “apela a todas as partes da Síria para preservar o estado e as instituições nacionais”. O comunicado diz ainda que o país acompanha a situação com muito cuidado e “está ao lado do povo sírio, para apoiar sua soberania.”
Brasil: monitoramento de brasileiros na Síria
Em nota divulgada pelo Itamaraty no sábado (7), o governo brasileiro afirma que “acompanha, com preocupação, a escalada de hostilidades na Síria. Exorta todas as partes envolvidas a exercerem máxima contenção e a assegurarem a integridade da população e da infraestrutura civis”.
“O Brasil reitera a necessidade de pleno respeito ao direito internacional, inclusive ao direito internacional humanitário, bem como à unidade territorial síria e às resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, diz o texto.
“O Brasil apoia os esforços para solução política e negociada do conflito na Síria, que respeitem a soberania e a integridade territorial do país.”
O Itamaraty, por meio da Embaixada em Damasco, monitora a situação dos brasileiros na Síria.
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