Estudo revela que ventania influenciou na queda de avião da Voepass em Vinhedo

Cenipa já extraiu áudios e dados das caixas pretas do avião da VoePassESTADÃO CONTEÚDO

Um estudo concluiu que ventos fortes em altitude, oriundos da região amazônica, exerceram pressão significativa sobre a aeronave envolvida no acidente, especialmente no lado esquerdo, onde estava o piloto. Essa pressão forçou a mudança de direção da aeronave, que se aproximava do destino em Guarulhos, e caiu em Vinhedo (SP), matando 62 pessoas.

De acordo com o meteorologista Humberto, fundador do Laboratório Lápis, a análise dos dados de radar revelou que a aeronave enfrentou ventos mais intensos e chuva ao se aproximar de São Miguel do Arcanjo (SP). Esses fatores contribuíram para a perda de potência da aeronave. O estudo destacou que, mesmo após sair da área com formação de gelo cerca de 10 minutos antes da queda, a aeronave ainda estava exposta a rajadas de vento muito fortes durante a curva feita para ajustar a trajetória.

O estudo revelou que a aeronave estava a aproximadamente 5.200 metros de altitude, uma faixa onde correntes de vento significativas são comuns. Humberto explicou que a maior intensidade dos ventos em altitudes mais elevadas exigiu maior capacidade de manobra da aeronave. Durante a curva, próxima a Vinhedo, os ventos podem ter comprometido a sustentação da aeronave ou até mesmo causado danos estruturais.

O estudo indica que a aeronave entrou em uma situação de “estol”, um fenômeno em que o avião perde sustentação e mergulha na direção oposta ao jato frontal de ventos vindos do oeste, na tentativa de recuperar a potência. Durante esse processo, o vento começou a atingir a frente da aeronave, contribuindo para a perda de sustentação e, eventualmente, culminando na queda.

A análise, que cruzou informações do voo com dados meteorológicos minuto a minuto, identificou que a aeronave enfrentou turbulência significativa ao longo de todo o trajeto. O estudo revelou pelo menos três fases críticas durante o percurso de Cascavel até a região Metropolitana de Campinas (SP).

Durante o voo, a aeronave perdeu velocidade ao atravessar uma área com formação de gelo e enfrentou nuvens precipitantes, carregadas de chuva. Antes do acidente, a aeronave enfrentou ventos extremamente intensos e passou por uma área crítica por quase 10 minutos, durante os quais perdeu mais de 100 km/h de velocidade.

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