Menino de 6 anos com QI 134, superior ao de 99% da população mundial, é aceito em sociedade exclusiva para superdotados


Bento Medeiros Versuti, de Peruíbe (SP), aprende idiomas sozinho, como russo, francês, japonês e inglês. Criança de seis anos é aceita em sociedade para superdotados com QI 134
Imagine aprender a ler e escrever aos 3 anos e, ainda nessa idade, demonstrar interesse pela língua russa. Foi com essas características excepcionais que Bento Medeiros Versuti, de Peruíbe, no litoral de São Paulo, foi aceito na sociedade para superdotados Mensa. Agora, aos 6 anos, Bento apresenta um padrão de inteligência que o coloca no top 1% da população geral.
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Segundo Helen Medeiros Versuti, mãe do pequeno, quando ele tinha 10 meses já mostrava entender bastante sobre cores e formas. Muitas pessoas ignoravam a “esperteza”, mas a surpresa maior veio aos dois anos, quando ele mostrou que sabia ler.
Ela descobriu a aptidão precoce do filho enquanto brincava com o menino com um alfabeto silábico, composto por pecinhas de madeira. O pai de Helen, que estava em chamada de vídeo com a filha, aproveitou para testar a sabedoria do neto: mostrou um vidro de xarope e perguntou o que aquilo era. Ambos ficaram sem reação quando o menino juntou as sílabas e formou a palavra corretamente.
“A gente sempre viu ele como uma criança diferente. Só que a gente não tinha ideia que essa diferença era grande a ponto de ele ser aceito em uma sociedade que é restrita, que tem suas exigências. Então, foi muito legal para a gente, porque a gente pensa que isso é uma coisa que pode servir de projeção para o futuro dele”, disse a psicóloga, de 38 anos.
‘Nunca tinha visto’
Na segunda imagem, aos cinco anos, Bento fazia seu segundo caderno de ‘Kumon’ de Matemática
Arquivo pessoal
Helen contou que, ainda bebê, o filho tinha gostos muito específicos. Por exemplo, acionava a pesquisa do Google na televisão para procurar o alfabeto em francês e em russo. “A gente achava muito curioso, até tem vários vídeos que a gente gravou sobre isso porque eu nunca tinha visto uma criança desse jeito”, disse.
O interesse pelas diferentes línguas, inclusive, é um dos principais diferenciais da criança. Quando tinha somente dois anos, ele também passou a demonstrar afinidade pela geografia, astronomia e matemática.
As peculiaridades de Bento fizeram com que os pais a procurarem uma neuropsicóloga para verificar o que estava acontecendo. A criança, então, passou por testes e foi diagnosticada como superdotada aos três anos.
“Desde antes dele conseguir ler, ele já assistia alfabeto e reconhecia letras. Inglês, russo, francês, japonês ele está aprendendo sozinho. Alguns idiomas ele faz pelo Duolingo, fica disputando com as pessoas, a gente só fica sabendo quando ele ganhou”, disse Helen.
Grupo restrito: QI 134
Em junho, mês em que completou seis anos, Bento foi submetido a uma nova avaliação neuropsicológica que apontou o QI 134, caracterizando superdotação e percentil 99 — o resultado indica que apenas 1% das pessoas têm um QI maior do que o dele.
Helen, Gabriel (pai de Bento), Bento e o irmão de dois anos dele, Otto
Arquivo pessoal
A partir do resultado, Helen enviou o laudo do filho para a Mensa no final de junho e, em menos de um mês, obteve o retorno positivo. Ele foi convidado para o “Programa Jovens Brilhantes” e, em setembro, terá seu primeiro evento.
Helen está animada com o fato de o filho poder conhecer outras crianças superdotadas. “Eu achei que seria interessante para ele, mesmo pela questão da comunidade, não pela bandeira Mensa, mas pela comunidade. Para ele conhecer outras pessoas, pelo sentimento de pertencimento”, disse.
mNa escolinha, Bento está no Infantil 4 com as crianças da idade dele, mas faz adaptação curricular e tem um plano educacional individualizado para atender às demandas da superdotação. Segundo Helen, ele já faz matérias correspondentes ao 3º ano do ensino fundamental. A mãe contou que o garoto tem idade cognitiva de 11 anos, com base nos estudos
Facilidade desde cedo
Bento foi aceito no Programa Jovens Brilhantes, da Mensa Brasil, por ser criança
Arquivo pessoal
A neuropsicóloga de Bento, Bianca Beraldo dos Reis Valverde, disse ao g1 que ele demonstra facilidade de raciocínio e obtenção de conhecimento desde o início de seu desenvolvimento. Ela confirmou o perfil de Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) do pequeno neste ano.
“De modo geral, a AH/SD envolvem, entre outros aspectos, características ligadas à aprendizagem, criatividade e compromisso pelas atividades de interesse, mas também pode interferir na regulação emocional e habilidades sociais”, disse a especialista.
Mensa Brasil
Fundada em 1946, no Reino Unido, a Mensa Internacional é a maior, mais antiga e mais prestigiada organização de alto QI do mundo. A palavra Mensa significa “mesa”, em latim, em referência à natureza de mesa-redonda da organização, representando a união de iguais.
No Brasil, a organização existe há mais de 20 anos e “busca promover a intelectualidade, proporcionar um ambiente de estímulo intelectual e incentivar a interação entre seus membros”.
Apenas pessoas com pontuações no percentil acima de 98, como no caso de Bento, são aceitas. A partir do convite para ser membro, os associados ganham acesso a uma comunidade diversificada de pensadores e oportunidades para atividades intelectuais, encontros sociais e desenvolvimento pessoal.
Em agosto deste ano, a associação chegou à marca de 3,8 mil brasileiros com superdotação ou altas habilidades identificadas no país. São 1,2 mil crianças e adolescentes mapeados, com o estado de São Paulo liderando o ranking dos superinteligentes em geral: são 1.663 pessoas. Os identificados mais novos atualmente têm 2 e 3 anos, já o mais velho tem 95.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população brasileira é superdotada.
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