Terrorista do Hamas matou refém israelense por revanche após ter filhos mortos em bombardeio em Gaza, diz grupo


Marca é atingida dez meses após o início da guerra e em meio a tentativas de salvar negociações por cessar-fogo, retomadas nesta quinta (15). Segundo Ministério da Saúde de Gaza, 40.005 palestinos já morreram em bombardeios em Gaza. 40 mil mortos
A palestina Inas Abu Maamar, 36, segura o corpo de sua sobrinha, Saly, de 5 anos, em Khan Younis, na Faixa de Gaza, em foto que venceu o Wolrd Press Photo de 2024.
Mohammed Salem/Reuters
O número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e Hamas alcançou nesta quinta-feira (15) a marca de 40 mil pessoas, segundo o governo local, controlado pelo grupo terrorista.
De acordo com balanço apresentado nesta sexta pelo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, 40.005 palestinos morreram desde o início da guerra, há mais de dez meses. Outros 92.401 foram feridos no mesmo período, afirmou ainda o boletim, que aponta também 107 mortos nas últimas 24 horas no território palestino.
A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2024, quando membros do grupo terrorista invadiram regiões no sul de Israel e assassinaram 1.200 pessoas, além de sequestrar centenas de outras.
Como reação, Israel começou a bombardear a Faixa de Gaza, onde fica o braço armado do Hamas, e, depois, iniciou uma incursão por terra que começou no norte e foi até o extremo sul do território.
Cessar-fogo
Ataque de Israel em Gaza deixa cerca de 100 mortos
A marca dos 40 mil mortos também foi atingida no dia em que as negociações sobre um cessar-fogo em Gaza serão retomadas.
Nesta sexta, representantes de Israel e dos Estados Unidos, do Egito e do Catar, que mediam as conversas, voltarão a se reunir em Doha para tentar destravar a trégua, que vem sendo debatida há meses mas não avança por falta de consenso entre as partes.
A proposta é que Israel deixe de bombardear Gaza de forma permanente, encaminhando a região para um fim gradual da guerra. Em troca, o Hamas devolve os reféns ainda sob poder do grupo e se compromete a não exercer novos ataques.
No entanto, a nova rodada para tentar destravar um cessar-fogo já começa com poucas chances de prosperar. Isso porque o Hamas disse que não participará das negociações por conta do assassinato de seu então líder, Ismail Haniyeh, em Teerã, no Irã, há duas semanas.
O Hamas, o Irã e diversos países do Oriente Médio culpam Israel, que não confirmou nem negou autoria no assassinato.
Na quarta-feira (14), mesmo às vésperas da retomada das negociações, Israel fez um novo bombardeio na Faixa de Gaza. Também na quarta-feira, um homem afirmou que seus filhos, gêmeos e recém-nascidos, morreram atingidos por um ataque aéreo no momento em que o pai registrava as crianças.
Também nesta quinta, parentes de reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro e ainda sob poder do grupo voltaram a protestar. O grupo fez uma manifestação na porta da sede do Likud, o partido do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exigindo que Israel alcance o acordo para que os sequestrados sejam libertados.
“Sem acordo, nem volte para casa”, dizia um dos cartazes da manifestação, em recado a negociadores israelenses que foram a Doha.

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