Filme sobre observação de aves, estrelado e dirigido por Dira Paes, chega ao Festival de Gramado 2024


Obra cinematográfica ‘Pasárgada’ está prevista para chegar aos cinemas brasileiros no dia 26 de setembro. Cena do filme ‘Pasárgada’.
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Filme estrelado e dirigido por Dira Paes, Pasárgada, foi apresentado na última terça-feira (13), no Festival de Gramado 2024. A obra conta a história de Irene, uma ornitóloga solitária que, aos 50 anos, durante seu projeto de pesquisa no meio da floresta, redescobre uma espécie desaparecida, após conhecer Manuel (Humberto Carrão), um jovem guia que fala a língua dos pássaros e traz à tona seus dilemas como mulher, mãe e profissional.
Na estreia, Dira se emocionou ao contar a trajetória do filme até chegar ao produto final. “Esse filme surge de um desejo profundo de fazer cinema, sob outra ótica. Mas é sobre ser cinema. Eu acho que eu sou cinema. E ser cinema é você conseguir penetrar em todos os caminhos para fazer um filme. Eu queria isso, também. Por isso quis estar em todos os processos do filme. Eu queria a experiência de atravessar um filme desde a sua ideia original”.
O filme
Filme foi estrelado e dirigido por Dira Paes.
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Pasárgada”, que leva o mesmo título da famosa poesia de Manuel Bandeira, tem estreia marcada para 26 de setembro nos cinemas brasileiros e é ambientado na Mata Atlântica do Rio de Janeiro.
De acordo com Luciano Lima, ornitólogo que fez consultoria para o longa-metragem, embora o filme explore um grande dilema profissional e pessoal, também leva para o grande público uma dimensão genuína de como uma ornitóloga atua em campo, e traz, especialmente, a grande paixão que está envolvida nesta profissão.
Além disso, a obra chama atenção para uma espécie de ave brasileira muito rara e praticamente desconhecida para a maioria das pessoas.
“Não quero dar ‘spoiler’, então quem quiser saber qual a espécie vai precisar esperar a estreia do filme nos cinemas, prevista para setembro”, brinca Luciano.
Filme tem estreia marcada para o dia 26 de setembro.
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“Do ponto de vista pessoal, nas muitas conversas e reuniões que fizemos por conta do filme, descobri que, além da grande atriz que todos conhecemos, a Dira Paes é uma pessoa extremamente sensível com a natureza. Essa sensibilidade fica muito nítida em diversas cenas e, para mim, é uma característica marcante do filme”.
Consultoria de profissionais
Segundo Luciano, ornitólogos e observadores de aves “sofrem” ao assistir obras cinematográficas com essa temática, pois raramente há um cuidado adequado na seleção das espécies presentes nas cenas. É comum que, em muitas produções, sejam exibidas imagens e sons de aves que não têm qualquer relação com os locais onde a história se passa.
“Desde o início, houve uma preocupação genuína da Dira Paes em trazer uma verdade ‘biológica’ e ‘profissional’ para o filme e nós ajudamos nesta tarefa. Quem gosta de passarinho irá perceber que as muitas espécies que aparecem ao longo do filme são realmente representativas dos locais explorados pela Irene, a protagonista. O filme conta com imagens de aves belíssimas do João Quental e sons gravados por Gabriel Mello e Daniel Mello”, explica.
O filme é ambientado na Mata Atlântica do Rio de Janeiro.
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O fotógrafo João Quental, que cedeu diversas filmagens de aves, relatou que enviou registros de cerca de 50 espécies. Ele descreveu a experiência como algo completamente diferente do que está acostumado. “Os critérios estéticos são outros, as especificações técnicas são diferentes e os objetivos também. Isso acabou se tornando um aprendizado interessante”, refletiu.
Quental ainda destacou a importância de uma mídia assim, retratar a biodiversidade brasileira. “Acredito que é extremamente positivo, especialmente neste caso, em que o filme tem um alcance muito maior do que as nossas mídias habituais”, finaliza.

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