Israel faz novos bombardeios em Gaza na véspera de nova rodada de negociações de trégua


Militares de Israel na Faixa de Gaza
Israeli Army / AFP
O Exército israelense bombardeou a Faixa de Gaza nesta quarta-feira (14), véspera de uma nova rodada de negociações para uma trégua que a comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos, exige para dissuadir o Irã de executar um ataque contra Israel.
Apesar das negociações de cessar-fogo estarem previstas para serem retomadas nesta quinta-feira (15), o representante do Hamas no Líbano, Ahmad Abdul Hadi, disse em uma entrevista nesta terça que o grupo terrorista decidiu não participar das conversas porque os chefes do grupo terrorista acreditam que o governo israelense de Benjamin Netanyahu dificulta as negociações.
O gabinete do primeiro-ministro israelense detalhou, também nesta terça, suas condições para uma trégua, incluindo “um veto a alguns prisioneiros” libertados de suas prisões.
Cessar-fogo pode evitar guerra maior na região
Segundo a agência de notícias Reuters, três autoridades iranianas de alto escalão afirmam que apenas um acordo de cessar-fogo em Gaza pode atrasar os planos de retaliação do Irã contra Israel pela morte do ex-chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, e também do comandante do Hezbollah Fuad Shukr, no Líbano.
Nesta terça, mesmo com a pressão internacional, o Irã recusou-se a abandonar as ameaças contra Israel. Teerã “está determinado a defender a sua soberania”, declarou Naser Kanani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano.
Amos Hochstein, emissário do presidente americano, Joe Biden, para lidar com o conflito, visitou Beirute nesta quarta-feira, onde alertou para a necessidade urgente de se chegar a um cessar-fogo em Gaza:
“Não há mais tempo a perder”.
Israel em “alerta máximo”
O presidente israelense, Isaac Herzog, escreveu na rede social X que o país permanecia em “alerta máximo”.
As tensões crescentes levaram os governos ocidentais a desaconselhar viagens ao Líbano e a preparar a retirada dos seus cidadãos no caso de uma guerra em grande escala eclodir.
Uma balsa avistada na cidade cipriota de Limassol, a cerca de 370 quilômetros de Gaza, estava preparada para prestar assistência “em caso de evacuação da zona de conflito”, disse um porta-voz do seu fretador.
Diante da ameaça de um ataque iraniano, o Museu de Arte de Tel Aviv anunciou que colocou em um cofre subterrâneo as suas obras mais importantes, incluindo pinturas de Pablo Picasso e Gustav Klimt.
Washington aprovou na terça-feira mais de US$ 20 bilhões (R$ 109 bilhões) em novas vendas de armas para Israel, incluindo 50 caças F-15. O governo dos Estados Unidos enviou um grupo de ataque de porta-aviões e um submarino com mísseis guiados para a área, em apoio a Israel.
O conflito eclodiu em 7 de outubro com o ataque do Hamas ao sul de Israel, que matou 1.198 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.
Os milicianos islamistas também sequestraram 251 pessoas. O Exército israelense afirma que 111 permanecem em Gaza, embora acredite que 39 tenham morrido.
Israel prometeu destruir o Hamas e iniciou uma campanha militar em Gaza que já deixou 39.965 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território, que não fornece uma discriminação das mortes de civis e militantes.
Nas últimas 24 horas, o Exército israelense afirmou ter atacado “mais de 40” alvos no território.
A agência de Defesa Civil de Gaza afirmou que as suas equipes retiraram quatro pessoas da mesma família dos escombros de um complexo residencial perto de Khan Yunis.
“Estávamos dormindo (…) e fomos surpreendidos por um míssil lançado contra os moradores, as crianças, seu pai e sua mãe”, disse JIhad al Sharif à AFPTV no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.