Dia da Passista: a alegria que move e traz ritmo e beleza nas avenidas

No dia 19 de janeiro, celebra-se o “Dia da Passista”, uma data dedicada a homenagear os profissionais que desempenham um papel essencial nas escolas de samba: aqueles que trazem ritmo, energia e a beleza para as avenidas, encantando o público com sua dança e carisma.

Mais do que figuras de destaque durante os desfiles, os passistas são a alma vibrante do carnaval, responsáveis por seduzir a plateia e, muitas vezes, por inspirar o público a se jogar na folia.

A estudante de Psicologia, Thais Christine Mendes Matheus, de 21 anos, é uma das passistas que, com alegria e dedicação, celebra a data. Para ela, o reconhecimento da profissão de passista é essencial, e ela enxerga a visibilidade dos profissionais do samba como um incentivo para que novos talentos sigam o caminho da arte e da cultura popular.

“Para que a cada dia que passe a nossa profissão seja reconhecida como tal, aumentando a visibilidade dos profissionais do samba e incentivando os novos talentos do carnaval”, comenta. 

A paixão de Thais pelo samba vem desde sua infância. Ela lembra com carinho dos momentos em que assistia aos desfiles e tentava encontrar sua avó entre a multidão na televisão. Esse desejo de fazer parte daquele universo, de estar junto e vivenciar a magia do carnaval, foi o que a motivou a se tornar passista. “O desejo de fazer parte, de estar junto e divertir junto. Quando pequena ficava até bem tarde para assistir aos desfiles e tentando achar a minha avó naquele mundo de pessoas na televisão, daí veio o desejo de estar junto e fazer parte do coletivo”, diz emocionada.

Ela lembra com nostalgia de quando, aos oito anos, teve a oportunidade de desfilar pela primeira vez na ala das crianças. A sensação que sentiu na época, ela descreve como sendo a mesma que experimenta até hoje ao cruzar a linha amarela do desfile: uma vontade irreprimível de reviver aquele momento, de começar tudo novamente.

 “Eu esperei ansiosamente para fazer oito anos e poder participar do desfile. Quando tive a oportunidade, desfilei na ala das crianças e lembro que a sensação que tive foi a mesma que tenho até hoje, quando cruzo a linha amarela, que é: ‘Poderia voltar do começo e fazer de novo’”, comemora.

O caminho até se tornar passista, no entanto, não foi fácil. Thais relembra que, no início, teve dificuldades em se compreender como aprendiz e, por muitas vezes, se comparou com outros passistas mais experientes. No entanto, foi no processo de aprendizado que ela encontrou força e evolução. “O processo de aprendizagem depende de como a gente encara ele, e no começo eu tive muita dificuldade em me entender como aprendiz e não me comparar a outros”, observa.

Para Thais, o samba é muito mais do que uma dança ou uma festa. Ele é uma conexão profunda com suas raízes e uma forma de honrar a herança cultural dos seus ancestrais. “O samba, para mim, é conexão com as minhas raízes. Uma forma de honrar e continuar o legado dos meus ancestrais nessa terra, como herança viva deles. O samba faz parte do meu cotidiano por todo o ano, e por mais que seja trabalhoso, é o alívio dos meus dias”, afirma. 

O trabalho árduo, o suor, as horas de ensaio e a dedicação são marcas registradas da vida de um passista, mas para Thais, o samba é o que torna todos esses esforços válidos. Ele é, acima de tudo, uma celebração da cultura, da resistência e da alegria que só o carnaval consegue proporcionar.