Desabamento da ponte JK agrava crise logística no Tocantins e Maranhão

ponte JK

O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek na BR-226, que conecta Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), trouxe preocupações para os produtores rurais da região, especialmente com a proximidade da colheita da safra 2024/2025, prevista para fevereiro. A ponte era um importante eixo logístico para o transporte de grãos, insumos e outros produtos.

Na avaliação da presidente da Aprosoja Tocantins, Caroline Barcellos, esse é o momento da chegada de insumos para a semeadura da safra de milho, que começa logo após a colheita da soja. “A nossa maior preocupação é quando começar a colheita de soja, porque muitos produtores, especialmente da região centro-norte, levam o produto diretamente para Porto Franco, no Maranhão, e usavam a ponte como forma de levar esse produto mais rapidamente”, disse a presidente ao Agro Estadão.

Barcellos afirma que o assunto será discutido com os governos estaduais nesta semana. A ideia dos produtores é propor algum tipo de isenção do valor da balsa para os produtores rurais da região que precisam escoar a produção até Porto Franco.

Segundo a Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura do Estado do Tocantins (Ageto), os motoristas podem usar duas rotas alternativas por meio dos seguintes trechos:

Rota 01 – Para ter acesso à BR-226/MA: de Darcinópolis/TO até Imperatriz/MA (191,0 quilômetros):

  • TO-134/BR-230 (Darcinópolis/TO – Axixá do Tocantins/TO, 149 quilômetros)
  • TO-201 (Axixá do Tocantins/TO – Sítio Novo do Tocantins/TO, 15,1 quilômetros)
  • TO-126 (Sítio Novo do Tocantins/TO – Imperatriz/MA, 26,9 quilômetros) e seguir pela BR-226/MA

Rota 02 – Para ter acesso à BR-230/TO: de Estreito/MA até Imperatriz/MA (125,0 quilômetros):

  • BR-226/MA: os usuários devem acessar a rodovia em Estreito/MA até Porto Franco/MA (30,0 quilômetros)
  • BR-010/MA: de Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA até Imperatriz/MA (100,0 quilômetros) e seguir pela TO- 126

Para a presidente da Aprosoja-TO, mesmo com as rotas alternativas, a situação ainda é grave. “Ou são rotas mais longas, e que possivelmente sofrerão danos por conta do excesso de trânsito — já que não era algo habitual de acontecer, então não tinha manutenção —, ou se usa a balsa”, avalia.

Em nota, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro) afirmou que “a queda da ponte no extremo norte do Tocantins, que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), não provocou maior impacto no escoamento das commodities agrícolas e minerais destinadas à exportação, já que a ferrovia, principal via logística da região, segue operando normalmente”.

A Seagro recomenda que os produtores familiares, que utilizam a ponte para o transporte de itens como frango, frutas, verduras, queijo e mel, utilizem as duas rotas alternativas sugeridas pela Ageto.

Queda da ponte reflete cenário da infraestrutura logística nacional, aponta Aprosoja-TO

A ponte JK desabou em 22 de dezembro de 2024. Na última semana, a Embrapa atestou a segurança das águas do rio Tocantins. Estimativas da Aprosoja-TO apontam que no dia seguinte à queda da ponte em 22 de dezembro de 2024, houve acréscimo no valor do frete dos insumos e produtos ligados ao setor agrícola. A presidente da associação afirma que o acidente no Tocantins reflete o cenário da infraestrutura logística nacional.

“Vamos tapando os buracos, tapando as rachaduras, mas não resolvem o problema. Isso é gravíssimo. Sabemos que a ponte é uma responsabilidade do governo federal, mas os governos estaduais também deveriam estar cobrando isso, porque vai impactar os estados diretamente, a cadeia toda e todo mundo que circula por ali, não só os produtores rurais.”

Em nota, a Ageto informa que não tem jurisdição sobre a ponte Juscelino Kubitschek ou a rodovia BR-226, pois elas são de competência federal, sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT).

O DNIT informa que a estrutura remanescente da ponte JK está sendo monitorada. “Para a demolição da estrutura remanescente, limpeza da área, projetos e execução das obras serão investidos aproximadamente R$ 172 milhões. Com o compromisso das equipes do DNIT e da empresa contratada, o prazo para entrega da nova ponte é de um ano”, diz em nota. 

Com relação à trafegabilidade da BR-226/TO/MA, o DNIT disponibilizou cinco rotas alternativas para veículos pesados e leves. “Para garantir a logística entre os dois estados a autarquia já contratou empresa que realizará a travessia de pedestres e veículos leves pelo Rio Tocantins por meio de balsas”, finaliza.

Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.

O post Desabamento da ponte JK agrava crise logística no Tocantins e Maranhão apareceu primeiro em Agro Estadão.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.